Mundo

Maio de 2025 é o segundo mês mais quente já registrado no planeta

O relatório alerta que o ritmo do aquecimento global permanece consistente com os cenários mais críticos traçados por cientistas

Ana Clara Durazzo

Publicado em 11/06/2025 às 10:31

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Embora tenha sido ligeiramente menos quente que maio de 2024, o mais quente já registrado, a diferença foi pequena (0,12°C) / Pixabay/Pexels

Continua depois da publicidade

O mês de maio de 2025 foi o segundo mais quente da história global, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo serviço europeu Copernicus, especializado em monitoramento climático.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A temperatura média global alcançou 15,79°C, ficando 0,53°C acima da média registrada entre 1991 e 2020 e 1,4°C acima do período pré-industrial (1850–1900).

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Crise climática fará do Brasil um país mais quente e com calor angustiante, aponta Inpe

• Boletim aponta abril de 2025 como o segundo mais quente da história

• Sistema aponta março de 2025 como o segundo mais quente da história

O dado reforça a tendência de aquecimento acelerado da Terra. No acumulado dos últimos 12 meses (junho de 2024 a maio de 2025), a temperatura média global foi 1,57°C superior aos níveis pré-industriais, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido como meta pelo Acordo de Paris.

Embora tenha sido ligeiramente menos quente que maio de 2024, o mais quente já registrado, a diferença foi pequena (0,12°C). Desde julho de 2023, apenas dois meses ficaram abaixo da marca de 1,5°C de aquecimento: julho de 2024 e maio de 2025.

Continua depois da publicidade

Europa entre extremos: frio no leste, seca no oeste

Na Europa, o mês de maio foi marcado por contrastes climáticos. Enquanto o leste do continente registrou temperaturas abaixo da média, o oeste europeu enfrentou calor acima do normal. A média do continente foi de 12,98°C, 0,29°C abaixo da média histórica.

O destaque negativo foi o noroeste da Europa, que passou por uma das secas mais intensas já registradas na primavera. Os índices de precipitação, umidade do solo e fluxo dos rios foram os mais baixos desde o início das medições, iniciadas em 1979 (chuvas) e 1992 (rios). Já o sul da Europa, a Escandinávia e partes da Rússia tiveram chuvas acima da média.

Outros continentes também enfrentam extremos climáticos

Fora da Europa, o cenário também foi de instabilidade. Secas atingiram áreas da América do Norte, América do Sul, África Austral e Ásia Central. Por outro lado, o leste dos Estados Unidos, o Alasca, partes da Rússia e a Austrália registraram volumes de chuva acima do habitual.

Continua depois da publicidade

As temperaturas ficaram significativamente acima da média em regiões como a Antártida Ocidental, nordeste da Rússia, norte do Canadá e partes do Oriente Médio. Em contrapartida, áreas como Índia, sul da África, leste da Antártida e Alasca apresentaram temperaturas mais baixas que o esperado.

Oceanos aquecem e derretimento polar se intensifica

O aquecimento dos oceanos segue em ritmo elevado. A temperatura média da superfície marítima em maio foi de 20,79°C, a segunda mais alta já registrada para o mês. No Atlântico Norte, uma onda de calor marinha levou ao recorde histórico da série. O Mar Mediterrâneo também apresentou aquecimento significativo.

Em relação às calotas polares, o Ártico teve uma redução de 2% na extensão do gelo marinho, com as concentrações mais baixas nas regiões de Barents, Kara e Laptev. Já na Antártida, a cobertura de gelo ficou 9% abaixo da média, sendo o quinto menor valor já registrado para um mês de maio desde o início das medições por satélite, há 47 anos.

Continua depois da publicidade

Aquecimento global segue tendência preocupante

O relatório do Copernicus alerta que, apesar das variações mensais, o ritmo do aquecimento global permanece consistente com os cenários mais críticos traçados por cientistas do clima. A frequência crescente de recordes e extremos climáticos evidencia a urgência de ações para frear as emissões de gases de efeito estufa.

Como são definidos os dados climáticos

Período pré-industrial: refere-se ao intervalo entre 1850 e 1900, antes do aumento significativo das emissões de CO. Serve como base para metas globais de temperatura, como as do Acordo de Paris.

Período de referência 1991–2020: usado pela Organização Meteorológica Mundial para calcular médias e anomalias climáticas, com base em uma janela de 30 anos.

Continua depois da publicidade

Fonte dos dados: o observatório europeu Copernicus utiliza registros desde 1950, combinando medições por satélite e dados globais consolidados.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software