Embora tenha sido ligeiramente menos quente que maio de 2024, o mais quente já registrado, a diferença foi pequena (0,12°C) / Pixabay/Pexels
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O mês de maio de 2025 foi o segundo mais quente da história global, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo serviço europeu Copernicus, especializado em monitoramento climático.
A temperatura média global alcançou 15,79°C, ficando 0,53°C acima da média registrada entre 1991 e 2020 e 1,4°C acima do período pré-industrial (1850–1900).
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O dado reforça a tendência de aquecimento acelerado da Terra. No acumulado dos últimos 12 meses (junho de 2024 a maio de 2025), a temperatura média global foi 1,57°C superior aos níveis pré-industriais, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido como meta pelo Acordo de Paris.
Embora tenha sido ligeiramente menos quente que maio de 2024, o mais quente já registrado, a diferença foi pequena (0,12°C). Desde julho de 2023, apenas dois meses ficaram abaixo da marca de 1,5°C de aquecimento: julho de 2024 e maio de 2025.
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Na Europa, o mês de maio foi marcado por contrastes climáticos. Enquanto o leste do continente registrou temperaturas abaixo da média, o oeste europeu enfrentou calor acima do normal. A média do continente foi de 12,98°C, 0,29°C abaixo da média histórica.
O destaque negativo foi o noroeste da Europa, que passou por uma das secas mais intensas já registradas na primavera. Os índices de precipitação, umidade do solo e fluxo dos rios foram os mais baixos desde o início das medições, iniciadas em 1979 (chuvas) e 1992 (rios). Já o sul da Europa, a Escandinávia e partes da Rússia tiveram chuvas acima da média.
Fora da Europa, o cenário também foi de instabilidade. Secas atingiram áreas da América do Norte, América do Sul, África Austral e Ásia Central. Por outro lado, o leste dos Estados Unidos, o Alasca, partes da Rússia e a Austrália registraram volumes de chuva acima do habitual.
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As temperaturas ficaram significativamente acima da média em regiões como a Antártida Ocidental, nordeste da Rússia, norte do Canadá e partes do Oriente Médio. Em contrapartida, áreas como Índia, sul da África, leste da Antártida e Alasca apresentaram temperaturas mais baixas que o esperado.
O aquecimento dos oceanos segue em ritmo elevado. A temperatura média da superfície marítima em maio foi de 20,79°C, a segunda mais alta já registrada para o mês. No Atlântico Norte, uma onda de calor marinha levou ao recorde histórico da série. O Mar Mediterrâneo também apresentou aquecimento significativo.
Em relação às calotas polares, o Ártico teve uma redução de 2% na extensão do gelo marinho, com as concentrações mais baixas nas regiões de Barents, Kara e Laptev. Já na Antártida, a cobertura de gelo ficou 9% abaixo da média, sendo o quinto menor valor já registrado para um mês de maio desde o início das medições por satélite, há 47 anos.
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O relatório do Copernicus alerta que, apesar das variações mensais, o ritmo do aquecimento global permanece consistente com os cenários mais críticos traçados por cientistas do clima. A frequência crescente de recordes e extremos climáticos evidencia a urgência de ações para frear as emissões de gases de efeito estufa.
Período pré-industrial: refere-se ao intervalo entre 1850 e 1900, antes do aumento significativo das emissões de CO. Serve como base para metas globais de temperatura, como as do Acordo de Paris.
Período de referência 1991–2020: usado pela Organização Meteorológica Mundial para calcular médias e anomalias climáticas, com base em uma janela de 30 anos.
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Fonte dos dados: o observatório europeu Copernicus utiliza registros desde 1950, combinando medições por satélite e dados globais consolidados.