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Líder opositor da Venezuela deixou casa sem resistência de agentes de Maduro, diz vizinho

Caracas teve uma manhã inquieta. Houve enfrentamentos de opositores ao regime com a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia

Folhapress

Publicado em 30/04/2019 às 15:30

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Durante o tempo em que o opositor ficou em prisão domiciliar, o local vivia cercado por oficiais do Sebin -o serviço de inteligência venezuelano-, pela polícia e por curiosos / Associated Press

Sentado em frente à casa do líder opositor Leopoldo López, no bairro Palos Grandes, José Pedroso, 58, comia em uma marmiteira de papel metálico. Nesta terça-feira (30), ele era a única pessoa numa rua que, nos últimos anos, esteve sempre congestionada. Ali vive López e sua família. Durante o tempo em que o opositor ficou em prisão domiciliar, o local vivia cercado por oficiais do Sebin -o serviço de inteligência venezuelano-, pela polícia e por curiosos.

Nesta manhã, Pedroso, segurança de uma das residências neste bairro de classe média alta de Caracas, estava sozinho. "Vi quando ele saiu. Foi junto com os mesmos oficiais do Sebin que o vigiavam. Saiu normalmente, sem mala, nem nada. Só deixou aí o carro", disse à reportagem, apontando a caminhoneta branca estacionada de modo a travar a entrada de possíveis intrusos.

A mulher de López, Lilian Tintori, foi para Miami com os filhos. Nos EUA também estão Fabiana Rosales, mulher de Guaidó, e a filha do casal.

Caracas teve uma manhã inquieta. Houve enfrentamentos de opositores ao regime com a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia nas principais vias do leste da cidade, perto da praça Altamira e na avenida Francisco de Miranda.

Mas isso não impediu que centenas de pessoas fossem caminhando (o metrô não funciona e os ônibus estavam abarrotados), abraçados com a bandeira da Venezuela, até o local, onde, por volta das 11h (12h no Brasil), Juan Guaidó e Leopoldo López discursaram em um palco improvisado.

"Vamos resistir e exigir o fim da usurpação. Vamos encher as ruas amanhã com todo o entusiasmo, porque vamos bem", disse Guaidó à multidão que gritava "sim, se pode" e "Operação Liberdade".

Guaidó afirmou que o fato de ele estar ali falando ao lado de López era um "sinal claro de que Maduro não tem mais o apoio das forças de segurança". López, porém, nada disse. Cumprimentou a multidão, mas manteve o aspecto circunspecto.

Ainda no lado leste da cidade, oficiais que deixaram o Exército ou a GNB caminhavam sob aplauso das pessoas. Eles eram identificados por estarem usando uma faixa azul amarrada no braço direito.

Já no lado oeste, onde está a prefeitura de Caracas e os chamados "bairros vermelhos", ou seja, de apoiadores do chavismo, o clima era de aparente tranquilidade.

Muitas pessoas caminhavam várias quadras até seu local de trabalho, mas logo depois eram vistas caminhando de novo de volta, porque a maioria dos comércios estava fechada. Havia bloqueios nas ruas por parte das forças de segurança, principalmente perto de edifícios públicos e da Assembleia Nacional, que permaneceu fechada.

Próximo ao palácio de Miraflores, sede do regime, uma manifestação chavista alentava o governo. Em número menor do que a multidão que havia na praça Altamira, os chavistas iam de camiseta vermelha e bandeiras do partido do governo -o PSUV. Algumas pessoas carregavam cartazes com a foto de Maduro.

"O leste da cidade quer entregar a Venezuela aos Estados Unidos. Estamos com Maduro e ficaremos na porta de Miraflores caso alguém tente entrar", disse Celia Arreaga, 45, que estava abraçada a uma foto de Maduro em sua primeira posse.

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