DIVERGÊNCIA COM OS EUA

Israel faz coro aos EUA e diz que navios do Irã no Brasil são 'perigosos e lamentáveis'

A Marinha do Brasil permitiu que os navios iranianos Iris Makran e Iris Dena atracassem no Porto do Rio de Janeiro de 26 de fevereiro a 4 de março

Folhapress

Publicado em 02/03/2023 às 11:41

Atualizado em 02/03/2023 às 11:43

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O Itamaraty adota o princípio de não reconhecer sanções unilaterais, apenas as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) / Tiia Monto/Wikimedia Commons

Israel se juntou aos Estados Unidos nesta quinta-feira (2) e condenou a chegada de dois navios de guerra iranianos ao Porto do Rio de Janeiro no fim de semana. No Twitter, Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores do país, condenou a decisão da Marinha brasileira de aceitar que as embarcações atracassem no país, segundo ele "perigosa e lamentável". 

"O Brasil não deveria favorecer um Estado maligno, responsável por diversas violações de direitos humanos contra seus próprios cidadãos, que executa ataques terroristas em todo o mundo e arma organizações terroristas em todo o Oriente Médio", escreveu Haiat. 

Acrescentando que este era o momento de o Brasil seguir os passos de outras nações e reconhecer o Irã como uma "entidade terrorista", ele finalizou sua postagem declarando que não era "tarde demais para ordenar que os navios deixem o porto". 

A Marinha do Brasil permitiu que os navios iranianos Iris Makran e Iris Dena atracassem no Porto do Rio de Janeiro de 26 de fevereiro a 4 de março. A autorização, na mesma semana em que o enviado especial para o clima John Kerry está no país, irritou os americanos, que vinham pressionando para que o governo brasileiro não liberasse a ação. O regime iraniano é alvo de sanções de Washington. 

Conforme a Folha de S.Paulo mostrou, o Brasil, que já havia autorizado a chegada das embarcações em janeiro, cedeu à pressão no começo de fevereiro, quando Lula viajou aos EUA para se encontrar com o presidente americano, Joe Biden, e empurrou o atracamento para o fim do mês. Mas a embarcações acabaram chegando afinal ao Rio de Janeiro, no domingo passado. 

Embora exista forte pressão diplomática dos Estados Unidos para que países da América Latina neguem esse tipo de permissão à Marinha iraniana, o Itamaraty adota o princípio de não reconhecer sanções unilaterais, apenas as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Nesse sentido, não haveria razões para negar a solicitação de Teerã. 

Antes de Israel se pronunciar sobre o tema, o senador americano Ted Cruz, membro dos comitês de Relações Exteriores e de Comércio, Ciência e Transporte do Senado, já tinha reagido. Ele criticou o presidente Lula, a quem chamou de "chavista alinhado contra os EUA", e afirmou que tanto o Porto do Rio de Janeiro quanto qualquer empresa que fizer negócios com o porto podem ser penalizados. 

"Os EUA têm sanções e leis antiterrorismo projetadas exatamente para deter e responder a essas ameaças", disse. "Esses navios de guerra iranianos já estão sob sanções e, portanto, o porto do Rio de Janeiro, onde aportaram agora, corre o risco de sanções incapacitantes, assim como quaisquer empresas brasileiras que lhes prestaram serviços ou aceitaram pagamentos -e também todas as empresas estrangeiras que se envolverem com o porto ou com essas empresas brasileiras no futuro."

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