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Irã admite que derrubou avião ucraniano por engano

Javad Zarif, responsável pelas relações exteriores, lamentou o erro em uma rede social, mas culpou os Estados Unidos pelo estado de tensão.

Folhapress

Publicado em 11/01/2020 às 15:55

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WANA NEWS AGENCY/AB

O Irã admitiu que o avião ucraniano que caiu em seu território na última quarta-feira (8) foi derrubado por erro humano, afirma a TV estatal iraniana neste sábado (11). O comunicado lido na emissora declara que os responsáveis serão punidos.

"A República Islâmica do Irã lamenta profundamente esse erro desastroso", escreveu o presidente iraniano Hassan Rouhani no Twitter, prometendo que os responsáveis pelo incidente seriam processados. "Meus pensamentos e orações vão para todas as famílias de luto."

Javad Zarif, responsável pelas relações exteriores, lamentou o erro em uma rede social, mas culpou os Estados Unidos pelo estado de tensão. "O erro humano, em um momento de crise causada pelo aventureirismo americano, levou a um desastre", afirmou o ministro.

Uma declaração militar iraniana, a primeira a indicar a mudança de posição do Irã, disse que o avião havia voado perto de um local militar sensível pertencente à Guarda Revolucionária de elite.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, a principal autoridade da República Islâmica, foi informado sobre o abate acidental na sexta (10) e disse que as informações deveriam ser anunciadas publicamente após uma reunião do principal órgão de segurança do Irã, divulgou a agência de notícias estatal.

No dia seguinte, o comandante da seção aeroespacial Guarda Revolucionária iraniana, general Amirali Hajizadeh, assumiu a culpa pelo erro em uma declaração à TV estatal do Irã. "Preferiria estar morto a testemunhar um acidente semelhante", afirmou.

O comandante disse que o avião foi confundido com um míssil de cruzeiro, armamento guiado remotamente utilizado para liberar ogivas a longas distâncias, e abatido por um míssil de curto alcance. Ele também afirmou que o soldado efetuou o disparo sem ordem por causa de uma interferência nas telecomunicações.

A Ucrânia espera uma investigação completa, uma admissão total de culpa e compensação do Irã após a queda de um avião de passageiros ucraniano, disse o presidente ?Volodymyr Zelenskiy em comunicado.

No acidente, o Boeing 737-800 da Ukraine International Airlines caiu cinco minutos após decolar do aeroporto Imam Khomeini, em Teerã. A aeronave, que decolou às 6h12 na hora local (23h42 de terça em Brasília) e seguia para Kiev, pegou fogo minutos após a decolagem. Todas as 176 pessoas a bordo morreram.

Os governos do Canadá e do Reino Unido, assim como funcionários da inteligência dos EUA, já haviam dito ter informações que indicam que o voo foi derrubado por um míssil iraniano de forma acidental. Essa possibilidade vinha sendo negada pelo governo iraniano.

O New York Times também divulgou um vídeo que aparentemente mostra um míssil atingindo a aeronave sobre Parand, região próxima ao aeroporto de Teerã onde o avião transmitiu sinais pela última vez. O jornal afirma ter verificado o material.

Na sexta, o Irã afirmou que pretendia fazer a extração dos registros das caixas-pretas no país, a não ser que encontrasse dificuldades técnicas.

"Nós preferimos retirar os dados das caixas-pretas no Irã. Mas se virmos que não vamos conseguir porque as caixas estão danificadas, então vamos pedir ajuda", disse Ali Abedzadeh, chefe da autoridade de aviação civil do Irã.

A ajuda na investigação poderia ser solicitada para a Rússia, o Canadá, a França ou a Ucrânia, segundo ele. O governo do Irã afirmou que os países que perderam cidadãos no acidente poderão enviar representantes para participar das investigações, assim como representantes da Boeing.

Entre as vítimas, havia 82 iranianos, 63 canadenses e 11 ucranianos. Boa parte dos passageiros faria uma conexão para um voo com destino ao Canadá.

Após a queda, diversas companhias aéreas cancelaram seus voos para Teerã ou passaram a desviar suas rotas para não sobrevoar Irã e Iraque. Entre elas, estão Lufthansa, Malaysia Airlines, KLM Air France, e Qantas.

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