Um dos pontos centrais das discussões recentes foi o controle chinês sobre as exportações de terras raras, minerais essenciais para a produção de tecnologia de ponta / Freepik
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Nesta sexta-feira (27), o Ministério do Comércio confirmou que os Estados Unidos e a China assinaram um novo acordo comercial. Em comunicado oficial, Pequim informou que continuará a aprovar licenças de exportação para determinados produtos, enquanto os EUA deverão cancelar uma série de medidas restritivas adotadas contra a China.
A confirmação veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar a jornalistas, na noite de quinta-feira (26), na Casa Branca, que os dois países haviam finalmente chegado a um consenso.
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As bases para a nova etapa de cooperação começaram a ser definidas em maio, durante rodadas de negociações em Genebra, que resultaram no adiamento de aumentos tarifários expressivos que poderiam ter paralisado o comércio bilateral.
Em encontros posteriores, em Londres, os dois países estabeleceram uma estrutura para diálogo que levou à assinatura do novo pacto.
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Um dos pontos centrais das discussões recentes foi o controle chinês sobre as exportações de terras raras, minerais essenciais para a produção de tecnologia de ponta, como veículos elétricos. Nesta semana, a China anunciou que está acelerando a liberação de licenças para exportações desses elementos, cuja extração domina globalmente.
A medida é vista como um gesto para aliviar as tensões, após a imposição de exigências mais rígidas de autorização para sete tipos de terras raras, em abril.
Esses controles chegaram a ameaçar a cadeia de produção de tecnologia nos Estados Unidos e em outros países, tornando-se um dos principais entraves da rodada mais recente de negociações.
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A escalada da guerra comercial nos últimos anos gerou consequências negativas tanto para os EUA quanto para a China. O governo Trump, ao adotar medidas protecionistas e tarifas mais elevadas sobre produtos como aço e alumínio, promoveu uma ruptura com o modelo de comércio liberal anterior.
Nos EUA, a economia encolheu a uma taxa anualizada de 0,5% no primeiro trimestre, em parte devido ao aumento das importações. Empresas e consumidores anteciparam compras de produtos estrangeiros temendo novas tarifas.
Do outro lado do Pacífico, a China também sentiu os efeitos: os lucros industriais despencaram 9% em maio na comparação anual, com o setor automotivo entre os mais afetados. No acumulado entre janeiro e maio, a queda foi superior a 1%.
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Apesar das tensões com Pequim, Trump e sua equipe indicaram que o governo norte-americano pretende firmar novos acordos comerciais com outros países, entre eles a Índia. “Teremos acordo após acordo”, afirmou o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.