Cidade enfrenta frio extremo após corrente oceânica do Atlântico Norte colapsar / Imagem gerada por IA/Gemini
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Uma das maiores engrenagens do clima da Terra pode estar prestes a falhar. Cientistas alertam que a corrente oceânica do Atlântico Norte, responsável por levar calor do Equador até as regiões frias da Europa e América do Norte, dá sinais de colapso.
O estudo, publicado na revista Science Advances e liderado pela pesquisadora Beatriz Arellano Nava, mostra que essa circulação — parte do sistema conhecido como AMOC (Circulação Meridional de Retorno do Atlântico) — vem se enfraquecendo desde a década de 1950.
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Segundo a reportagem da Live Science, os pesquisadores analisaram registros químicos preservados em conchas marinhas e identificaram mudanças significativas na estabilidade do Giro Subpolar do Atlântico Norte, uma peça-chave dessa imensa corrente que atua como um “motor térmico” do planeta.
A pesquisa indica que o aquecimento global e o derretimento das calotas polares estão interferindo diretamente na densidade das águas frias e salgadas que mantêm o sistema em funcionamento.
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O colapso dessa corrente seria devastador. Conforme explicou a revista Veja, a interrupção ou o enfraquecimento extremo da AMOC poderia provocar resfriamento intenso em países da Europa, alterações nos regimes de chuva e seca e impactos severos sobre ecossistemas e a agricultura. Mesmo o Brasil poderia sentir reflexos indiretos, com mudanças no regime de ventos e nas temperaturas do Atlântico Sul, que influenciam o clima do país.
A reportagem do site Xataka Brasil reforça que cientistas já tratam essa possibilidade como um cenário real, e não mais como uma hipótese distante. Os especialistas afirmam que o fenômeno poderia causar “um desligamento completo de uma das correntes mais poderosas do planeta”, algo que mudaria profundamente a circulação de calor e umidade em escala global.
Embora os pesquisadores não apontem uma data exata para um eventual colapso, o risco é considerado crescente. Um outro trabalho citado pelo portal ArXiv, intitulado “Substantial Risk of 21st Century AMOC Tipping even under Moderate Climate Change”, alerta que essa virada pode ocorrer ainda neste século, mesmo sob cenários moderados de aquecimento.
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Os cientistas defendem que ainda há tempo para agir, mas o relógio climático está correndo. Reduzir emissões e proteger os ecossistemas marinhos é essencial para evitar que o “coração térmico” dos oceanos pare de bater — e o planeta enfrente um resfriamento brusco após décadas de calor recorde.