O governo norueguês está lentamente reduzindo os benefícios dos donos de carros elétricos / Myenergi/Unsplash
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O que começou como um objetivo ambicioso tornou-se uma realidade: a Noruega é o primeiro país do mundo onde todos os carros recém-vendidos são totalmente elétricos.
Mas enquanto o resto do mundo está aplaudindo, algo inesperado aconteceu: novos impostos sobre carros elétricos.
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E mais: os veículos elétricos já ganham força no Brasil e as vendas devem ser maiores do que em 2024.
A Noruega já havia estabelecido em 2017: até 2025, cada carro novo tinha que ser elétrico. Oito anos depois, conseguiram.
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Segundo números mais recentes, mais de 95% das novas vendas são compostas de veículos totalmente elétricos, e os modelos a gasolina e diesel representam apenas várias centenas de unidades por mês.
O ministro das Finanças, Jens Stoltenberg, chamou-o de “um momento histórico para a mobilidade limpa”.
O sucesso, entretanto, não veio naturalmente. Durante anos, a Noruega estimulou a condução elétrica com fortes vantagens fiscais, isenção de IVA (equivalente ao IPVA), estradas de pedágio gratuito e acesso a faixas de ônibus.
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Ao mesmo tempo, os carros a gasolina foram mais fortemente tributados. O resultado foi que os carros elétricos simplesmente se tornaram a opção mais barata.
E é importante lembrar que as montadoras chinesas de carros elétricos conquistaram uma vantagem inédita no mercado global.
Mas agora que o objetivo foi atingido, as regras do jogo estão mudando. O governo norueguês está lentamente reduzindo os benefícios.
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O novo orçamento afirma que a isenção de IVA agora só se aplica a carros de até 300 mil coroas norueguesas (cerca de 26 mil euros). Para modelos mais caros, o benefício será completamente nulo até 2026.
A partir de 2027, os descontos fiscais desaparecerão completamente, de modo que o 'jogo' ficará igual novamente para elétricos e fósseis. A medida deve impedir que apenas compradores ricos com veículos elétricos de luxo se beneficiem de vantagens fiscais.
Ao mesmo tempo, os modelos a gasolina e diesel estão a ser tributados a mais, para aumentar ainda mais a diferença entre a condução "poluente" e a condução "limpa".
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Ainda assim, há críticas. A Associação Norueguesa de Veículos Elétricos (Elbilforeningen) adverte que a reversão de subsídios muito rapidamente pode causar o colapso da demanda.
Especialmente agora que os carros elétricos ainda são mais caros de comprar do que muitos modelos de gasolina em segunda mão.
“A transição pode estar completa, mas o mercado continua vulnerável”, diz um porta-voz. “Sem incentivo, os números de vendas podem despencar rapidamente.”
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Segundo especialistas, esse passo marca uma nova era: a Noruega não é mais pioneira, mas administradora de um mercado elétrico maduro. O desafio agora é manter o sistema economicamente sustentável, sem que o crescimento estagne.
Para a Europa, a Noruega é uma área de teste para o futuro. Mostra o que é possível com políticas consistentes, mas também quais dilemas permanecem se o sucesso se tornar uma realidade. Como você mantém a condução elétrica acessível, agora que os subsídios estão desaparecendo?
Para a Holanda, onde os carros elétricos ainda são fortemente dependentes de descontos fiscais, é um aviso: a transição para “condução elétrica adulta” pode vir mais rápido do que o esperado.
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A Noruega prova que a política faz a diferença, mas também que a transição energética não para no sucesso. Uma vez que todos dirigem elétrico, o próximo desafio começa: como você garante que ele permaneça acessível?