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Atualmente, as plantas escalam as paredes em ruínas, as janelas não passam de esqueletos de vidro e os salões, antes cheios de vida, agora ecoam apenas silêncio
O Bagni di San Candido está reduzido a ruínas fantasmagóricas / Reprodução/YouTube
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Antigamente, a palavra spa — ou, melhor ainda, banhos termais — significava evocar imagens de bem-estar, luxo e sofisticação. Ainda hoje eles representam um oásis de relaxamento, mas, se voltarmos alguns séculos, o acesso a essas estruturas era reservado a poucos privilegiados. Eram locais exclusivos, onde cuidar da saúde coincidia com viver uma experiência de elite.
E, entre todos os spas europeus, havia um que se destacava pela beleza, prestígio e fama: frequentado por imperadores, nobres e intelectuais, era um dos destinos mais cobiçados por toda a aristocracia continental. Hoje, a construção, imponente e solene, está completamente abandonada.
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Atualmente, a planta hera escala as paredes em ruínas, as janelas não passam de esqueletos de vidro e os salões, antes cheios de vida, agora ecoam apenas silêncio.
Um cenário desolador: como um lugar tão glorioso pôde ser esquecido? Caminhar entre suas ruínas hoje causa arrepios. No entanto, basta arranhar a superfície para trazer à tona sua história incrível, que começa justamente no coração dos Alpes italianos.
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Estamos falando dos Bagni di San Candido, hoje reduzidos a ruínas fantasmagóricas, mas outrora entre os spas mais celebrados da Europa. Localizadas no coração do Parque Natural das Dolomitas de Sesto, essas fontes eram conhecidas desde 1586.
Nos séculos seguintes, suas águas — ricas em minerais e consideradas sagradas pelos monges beneditinos que as administravam — ganharam cada vez mais fama, a ponto de atrair o médico húngaro Johann Schreiber, que na segunda metade do século XIX transformou o local em um elegante sanatório.
Em pouco tempo, a estrutura se tornou ponto de referência para a nobreza austro-prussiana: o imperador Frederico III, Francisco José I da Áustria e também o arquiduque Francisco Ferdinando (ele mesmo, “a gota que fez o copo transbordar”) eram hóspedes habituais do Grand Hotel Wildbad, construído ao redor das fontes.
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O estouro da Primeira Guerra Mundial, porém, mudou tudo: o hotel foi militarizado e depois esquecido. Com o desmembramento do Alto Ádige da Áustria, o fluxo aristocrático se interrompeu, e o complexo acabou indo a leilão nos anos 1930.
Desde então, permaneceu no abandono. Hoje, o que resta é apenas o esqueleto decadente de uma época de esplendor, encravado entre bosques onde o tempo parece ter parado.