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Drone, fogo e estrutura ferida: por que Chernobyl voltou a assombrar o planeta

Novos danos na cobertura do reator 4 e alertas da agência nuclear da ONU, a antiga zona de exclusão volta ao centro do medo global

Jeferson Marques

Publicado em 11/12/2025 às 14:53

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Um drone militar atingiu o Reator 4 de Chernobyl, danificando sua estrutura de contenção / Imagem gerada por IA

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Chernobyl voltou ao centro das preocupações nucleares globais em 2025. Um drone militar atingiu a estrutura que cobre o reator 4, cenário do desastre de 1986. O impacto abriu um buraco no escudo de aço e provocou incêndios na cobertura. Meses depois, inspetores da agência nuclear da ONU concluíram que essa proteção perdeu sua principal função de segurança.

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  • 14 de fevereiro de 2025: um drone explosivo atinge o New Safe Confinement, o arco de aço que cobre o reator 4 de Chernobyl, durante a guerra da Rússia na Ucrânia.
  • O ataque perfura a cobertura externa e danifica camadas internas da estrutura, especialmente na área do “garagem” do guindaste que circula dentro do abrigo.
  • O impacto provoca incêndios difíceis de combater por causa do acesso limitado e do frio intenso; as chamas são declaradas extintas semanas depois.
  • Primeiras medições indicam que não houve aumento significativo da radiação fora da usina, mas técnicos alertam para a fragilização do escudo construído justamente para evitar a liberação de partículas radioativas remanescentes do desastre de 1986.
  • Nos meses seguintes, equipes ucranianas fazem reparos provisórios no telhado e na vedação do abrigo, suficientes para estabilizar a situação no curto prazo.
  • Em meados de 2025, organizações ambientais independentes, como o Greenpeace, divulgam laudos apontando danos extensos em partes da estrutura do teto e cobram uma inspeção internacional mais profunda.
  • Em dezembro de 2025, uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) conclui que o New Safe Confinement “perdeu suas funções primárias de segurança, incluindo a capacidade de confinamento”, embora não tenham sido encontrados danos permanentes nos pilares de sustentação nem nos sistemas de monitoramento.
  • A AIEA destaca que a radiação na área ao redor da usina se mantém estável e dentro dos níveis já esperados para a zona de exclusão, ou seja, não há novo vazamento descontrolado neste momento.
  • O órgão, porém, alerta que a estrutura está mais vulnerável a intempéries e a eventuais novos ataques, o que aumenta o risco de problemas futuros se nada for feito.
  • Um plano de restauração abrangente é preparado, com previsão de grandes obras para reforçar o arco e reconstituir o sistema de confinamento. O Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento se compromete a financiar parte dos reparos a partir de 2026.
  • Especialistas em segurança nuclear afirmam que a questão agora não é se Chernobyl é “seguro hoje”, mas como garantir que continue seguro nas próximas décadas, enquanto os resíduos altamente radioativos permanecem no interior do reator destruído.
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