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Doria até coloca gravata, insiste, mas não convence papa a vir ao Brasil

O encontro de Doria com papa Francisco acontece depois de o pontífice declinar o convite do presidente Michel Temer para visitar o Brasil

Folhapress

Publicado em 19/04/2017 às 15:30

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Doria insistiu e pediu que Francisco reconsiderasse a decisão / Prefeitura de São Paulo

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), se encontrou na manhã quarta-feira (19) com o papa Francisco e pediu que o pontífice reconsiderasse a decisão de não vir ao Brasil para a comemoração dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em outubro.

"Será muito difícil. É difícil, mas espiritualmente estou com vocês", respondeu o papa ao receber do tucano uma camisa da seleção brasileira assinada por todos os jogadores. O encontro com o pontífice foi na praça de São Pedro (Vaticano).

Doria insistiu e pediu que Francisco reconsiderasse a decisão. "O difícil não é impossível. Se o senhor puder reconsiderar", disse o tucano.

O encontro de Doria com papa Francisco acontece depois de o pontífice declinar o convite do presidente Michel Temer para visitar o Brasil. Na carta ao presidente, o líder da Igreja Católica citou a crise nacional ao declinar o convite e afirmou que são, sobretudo, "os mais pobres" que pagam "o preço mais amargo" por "soluções fáceis e superficiais para crises", sem explicitar quais seriam estas.

Em março, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já havia criticado abertamente a reforma da Previdência defendida por Temer. "Os direitos sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio", disse a instituição católica em nota de março enviada a parlamentares. No apelo, a CNBB evocou Francisco para atacar a reforma previdenciária.

Em sua mensagem ao governo brasileiro, o pontífice afirma que a instabilidade no país "não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo".

"Não quero fazer juízo sobre isso, nem me cabe, mas entendo que talvez não tenha havido uma orientação adequada ao Santo Padre porque não estar presente numa data tão importante como essa, a maior nação católica do mundo, não me parece talvez a melhor medida. Mas quem sou eu para julgar o papa", disse Doria após a audiência. E acrescentou: "300 anos não são um fato corriqueiro. É um fato único na historia".

Doria afirmou ainda que, mesmo após saber da carta do pontífice a Temer, não se sentiu inibido de fazer "aquilo que tinha vindo fazer" no Vaticano. "Nós já sabíamos que havia uma decisão tomada pelo papa, ou pelo Vaticano, que ele não poderia ir para o Brasil. Dom Odilo Scherer, cardeal de São Paulo, já havia me dito isso antes mesmo da minha saída. Não tínhamos a informação da carta devolutiva do Vaticano ao presidente Michel Temer, o que não me inibiu de fazer o apelo. Afinal de contas, a humildade é algo que não falta a um papa. Especialmente ao papa Francisco. Voltar atrás é um sinal de grandeza."

No entanto, também na manhã desta quarta (19), a assessoria de imprensa do Vaticano voltou a afirmar que o papa não irá ao Brasil este ano. O prefeito assistiu à cerimônia geral, que ocorre todas as quartas-feiras e reúne uma multidão de 20 mil pessoas, na área reservada às autoridades internacionais e outras figuras "vip", num total de 150 pessoas. Junto ao prefeito, estavam sua mulher, a artista plástica Bia Doria, e a filha, Carolina.

Próximas viagens

Após a audiência com o papa, o prefeito de São Paulo seguiu para o aeroporto de Ciampino, na Grande Roma, onde embarca para Portugal. Ali, Doria participará do 5º Seminário Luso Brasileiro de Direito, na Faculdade de Direito de Lisboa. Doria será um dos palestrantes do evento, ao lado dos ministros da Saúde de Brasil e Portugal, do ministro do STJ Luis Felipe Salomão e outras autoridades.

A próxima agenda internacional do prefeito será em maio. Doria informou que nos dias 15, 16 e 17, estará nos Estados Unidos para um roadshow em Nova York e um encontro em Washington com o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno. "Já solicitamos recursos no encontro que tivemos com ele em São Paulo, há duas semanas, para a área de saúde e vamos dar continuidade a esse entendimento em reunião no dia 17", disse.

A viagem devera contar ainda com outros encontros com com empresários americanos e brasileiros. Doria informou ainda que, na noite do dia 16, irá receber o prêmio Personal of The Year, do Brazilian American Chamber of Commerce.

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