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A mega instalação abriga 57 mil funcionários e integra, em um único território, setores de estamparia, soldagem, montagem final, parques de baterias e centros logísticos
A planta é considerada o maior complexo industrial da empresa para atender o mercado interno chinês. / Divulgação
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A BYD abriu as portas de seu complexo industrial em Zhengzhou, na China, e revelou uma estrutura de dimensões raramente vistas na indústria automotiva mundial. Com 10,67 km² de área, o equivalente a 73 estádios do Maracanã, o local funciona como uma verdadeira cidade dedicada à produção de veículos elétricos e componentes de alta tecnologia.
A mega instalação abriga 57 mil funcionários e integra, em um único território, setores de estamparia, soldagem, montagem final, parques de baterias e centros logísticos. A planta é considerada o maior complexo industrial da empresa para atender o mercado interno chinês.
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A escala do complexo é acompanhada por um alto nível de automação. Segundo a BYD, mais de 98% das operações são robotizadas, com quase 2.000 robôs atuando apenas na área de soldagem. As linhas são capazes de montar até 12 modelos diferentes simultaneamente, incluindo Song Pro, Seal 07, Denza B8 e o SUV Shark.
A fábrica também concentra a produção da bateria Blade, hoje uma das mais conhecidas do setor elétrico por sua resistência e segurança. No total, a BYD produz internamente cerca de 70% de todos os componentes de seus veículos.
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O resultado é um ecossistema industrial fechado, altamente eficiente e planejado para reduzir custos, acelerar desenvolvimento e manter independência tecnológica — características centrais da atual estratégia chinesa no setor.
A visita ao complexo ocorre em um momento de consolidação da liderança chinesa na mobilidade elétrica. Entre 2009 e 2023, o governo do país destinou mais de US$ 230 bilhões em incentivos ao setor, o que impulsionou a instalação de 46 montadoras dedicadas a veículos elétricos, além de tornar a China o maior exportador global de automóveis em 2023.
O volume de vendas internas também é recorde: mais de 31 milhões de veículos em 2023, sendo 41% híbridos ou elétricos.
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Além do gigantismo industrial, a empresa apresentou sua nova tecnologia de carregamento ultrarrápido, o Flash Charging, capaz de garantir 400 km de autonomia em cinco minutos, com potências de até 1 MW. A BYD afirma que 800 desses carregadores serão enviados ao Brasil.
A estratégia global inclui ainda a consolidação da fábrica de Camaçari (BA), inaugurada em 2025 com investimento de R$ 5,5 bilhões, projetada para produzir 600 mil veículos por ano e se tornar um polo exportador regional.
A visita ao complexo evidencia a aposta chinesa em escala industrial como vantagem competitiva no mercado mundial de eletrificação. A 'cidade fabril' da BYD em Zhengzhou funciona como símbolo desse movimento: tecnologia própria, integração vertical extrema e capacidade produtiva inédita no setor.
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Um modelo que posiciona a China, e especialmente a BYD, no centro da nova corrida global da mobilidade elétrica.