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Crateras gigantes ameaçam o Brasil e o mundo por causa de mudanças climáticas

Uma megacratera ameaça casas e vidas em Buriticupu, cidade do Maranhão localizada a cerca de 400 km de São Luís

Isabella Fernandes

Publicado em 06/08/2025 às 15:45

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Mais de mil moradores estão em risco, e a situação levou a prefeitura a decretar estado de calamidade pública no início de 2025. / Divulgação/Prefeitura Buriticupu

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Uma megacratera ameaça casas e vidas em Buriticupu, cidade do Maranhão localizada a cerca de 400 km de São Luís. O fenômeno, que vem se repetindo em diferentes pontos do município, está relacionado ao surgimento de grandes erosões no solo, conhecidas como voçorocas. As informações são do Climatempo.

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Mais de mil moradores estão em risco, e a situação levou a prefeitura a decretar estado de calamidade pública no início de 2025.

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As crateras também têm sido registradas em outros países, como Estados Unidos, Turquia e Irã. Elas podem surgir de forma repentina, representando sérios riscos para pessoas, moradias e infraestrutura.

Voçorocas são cavidades formadas pela erosão provocada pela água. Essa erosão pode ocorrer naturalmente, com as chuvas dissolvendo rochas subterrâneas, ou ser agravada por ações humanas, como vazamentos, mineração e fraturamento hidráulico (fracking).

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Essas formações são mais comuns em áreas com terreno cárstico, onde o solo contém rochas solúveis como calcário, gesso ou sal. A água subterrânea dissolve essas rochas ao longo do tempo, criando espaços ocos que podem desabar.

Segundo o professor Hong Yang, da Universidade de Reading, no Reino Unido, as mudanças climáticas aumentam os riscos de formação dessas crateras. Eventos climáticos extremos têm sido associados ao problema.

Durante períodos de seca, o nível da água subterrânea diminui. Se em seguida ocorrem chuvas fortes, o peso da água pode causar o colapso do solo já fragilizado. Foi o que aconteceu na Planície de Konya, na Turquia, onde o número de crateras aumentou drasticamente nos últimos anos.

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Nos anos 2000, uma nova cratera surgia a cada ano. Em 2024, foram registradas 42. Desde 1970, o nível de água subterrânea na região caiu mais de 60 metros.

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Segundo especialistas, o bombeamento rápido da água pode causar o colapso do solo, como acontece quando uma caixa de suco esvaziada rapidamente afunda nas laterais. A poluição do ar também agrava o quadro, tornando a água mais ácida e acelerando a dissolução das rochas.

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O que pode ser feito para prevenir?

Especialistas utilizam tecnologias como o sensoriamento por satélite e o radar de penetração no solo para identificar sinais de afundamento antes que uma cratera se forme.

Também monitoram os níveis de água subterrânea e realizam estudos detalhados do solo antes da construção em áreas de risco.

Quando são identificados vazios subterrâneos, engenheiros podem preenchê-los com cimento ou aplicar outras técnicas de reforço do solo.

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Na Bacia de Konya, agricultores passaram a adotar métodos de irrigação mais eficientes. Além disso, projetos de transferência de água foram implementados, como o Túnel Azul, que leva água de um rio próximo para reabastecer a região.

Outras medidas recomendadas incluem o controle da drenagem, o conserto de vazamentos e o uso de normas de construção mais rigorosas. Técnicas de engenharia, como injeção de argamassa, compactação do solo e uso de geogrelhas, também ajudam a manter o solo estável e prevenir desabamentos
 

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