25 de Abril de 2024 • 14:31
Bolsonaro saiu para falar com seus fãs quando as agressões à imprensa começaram. / Allan Santos/PR/AB
*Por Ana Estela de Sousa Pinto
Jornalistas credenciados e identificados que cobriam a visita de Jair Bolsonaro (sem partido) a Roma foram agredidos durante caminhada improvisada pelo presidente brasileiro no centro da capital italiana, na noite deste domingo (31).
Por volta das 16h55 (horário local), quando Bolsonaro ainda estava dentro da embaixada brasileira, um agente que não quis se identificar empurrou esta repórter, credenciada pelo jornal Folha de S.Paulo, dizendo que ela devia se afastar do local.
Ele ignorou a credencial e a informação de que os jornalistas estavam a trabalho e começou a gritar com colegas que lhe disseram que era inaceitável o contato físico com brutalidade.
Minutos depois, o presidente Bolsonaro saiu para falar com cerca de 60 apoiadores que o esperavam aos fundos da embaixada brasileira.
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Depois de fazer um discurso, impossível de ser ouvido mesmo pelos apoiadores, resolveu fazer sua terceira caminhada improvisada pela cidade.
Neste momento, seguranças italianos e brasileiros tentaram fazer uma corrente de proteção enquanto Bolsonaro partiu a passo apertado em direção ao largo Argentina, por uma via estreita, na qual apoiadores se aglomeravam para tentar acompanhá-lo.
Um repórter e um cinegrafista da Globonews foram empurrados em direção à parede e chegaram a se desequilibrar.
Quando esta repórter tentou filmar a agressão, outro agente tentou arrancar o celular desta repórter e a ameaçou.
Um jornalista do UOL teve seu celular arrancado, e repórteres do Globo e da BBC Brasil também foram agredidos verbalmente e empurrados.
No corso Vitorio Emanuelle 2º, em meio à correria e ao empurra-empurra, ao menos uma manifestante ficou ferida ao ser derrubada, e um grupo de pessoas que tentou se aproximar dela também foi empurrado.
Durante todo o trajeto, Bolsonaro não deu atenção aos acontecimentos, olhando fixamente para frente. Quando esta repórter lhe perguntou por que a segurança estava agredindo os jornalistas, ele parou, ouviu o que um assessor lhe disse ao ouvido e decidiu voltar à embaixada.
As agressões dos agentes continuaram no caminho de volta – ao todo, o passeio durou cerca de dez minutos.
Esta repórter se dirigiu a um homem uniformizado, o único que tinha um escudo que indicava que era um funcionário público. Ele disse ser da polícia, mas, quando questionado sobre o motivo de os seguranças italianos estarem impedindo a imprensa brasileira de trabalhar, afirmou que isso não acontecera e caminhou em direção à porta dos fundos da embaixada, onde passou a impedir a passagem dos repórteres.
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