Foi estimado que cerca de 13% das mortes cardiovasculares entre pessoas de 55 a 64 anos poderiam ser atribuídas a ftalatos / Freepik
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Um estudo publicado na revista eBioMedicine revelou que produtos químicos comuns presentes em plásticos estavam associados a 350 mil mortes por doenças cardíacas no mundo em 2018.
Os autores eram um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina Grossman da Universidade de Nova York e foi publicado na última segunda-feira.
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Foi estimado que cerca de 13% das mortes cardiovasculares entre pessoas de 55 a 64 anos poderiam ser atribuídas a ftalatos, substâncias usadas em embalagens de alimentos, xampus, brinquedos e muito mais.
As pesquisas ainda estão em estágio inicial, mas pretendem relacionar fatores de risco como a obesidade, a um papel nas doenças cardíacas.
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O estudo se baseou em modelagens estatísticas complexas e em uma serie de suposições e estimativas, dificultando a determinação de quantas mortes realmente podem ser ligadas aos ftalatos.
Os ftalatos podem ser encontrados em produtos de cuidado pessoal como xampus, loções, além de embalagens e recipientes de alimentos.
Eles podem ser ingeridos através dos alimentos, absorvidos pela pele ou inalados na forma de poeira.
Estudos já provaram que ftalatos são desreguladores endócrinos, interferindo nos hormônios.
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Também associaram os ftalatos a doenças cardiovasculares, porém ainda não há evidências solidas.
Porém, há evidencias que associam essas substancias ao aumento do risco de distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes tipo 2, condições que podem provocar doenças cardíacas.
Pesquisadores tentaram quantificar as mortes cardiovasculares atribuídas a um tipo de ftalato chamado DEHP.
Essa substancia está presente em produtos de vinil, como toalhas de mesa, cortinas de chuveiros e pisos.
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O estudo foi observacional, mostrando uma correlação entre a exposição ao produto químico e doenças em nível populacional.
Apesar do método não ser incomum, esse modelo vem acompanhado de ressalvas.
Também foi analisado um estudo anterior, que analisava o risco de morte cardiovascular a partir de exposição a ftlatos, mesmo após controle de outros fatores de risco.
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Porém esse estudo examinou apenas pacientes dos Estados Unidos, o que significa que os resultados não podem ser aplicados a uma população global.
De acordo com especialistas, há necessidade de mais pesquisas sobre os riscos da exposição aos ftalatos.
Apesar de ser impossível realizar um ensaio clínico clássico, outros tipos de estudo podem ajudar a estabelecer essa ligação.
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Uma opção seria recrutar uma grande parcela de pessoas, medir seus níveis de exposição e acompanhá-los por anos.
Apesar das incertezas nas estimativas do estudo atual, esta claro que os ftalatos aumentam os riscos de parto prematuro, problemas reprodutivos e distúrbios metabólicos.
Isso reforça a necessidade de reduzir a presença dessa substância na cadeia de produção.
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