03 de Maio de 2024 • 13:15
Cientistas concluíram, em uma experiência com ratos, que o lítio pode reverter os malefícios da radiação no cérebro, podendo o seu uso ser promissor para tratar crianças que foram sujeitas a radioterapia e desenvolveram posteriormente déficits de memória e aprendizagem.
Os autores do estudo, publicado hoje (14) na revista da especialidade Molecular Psychiatry, não esclarecem se os animais testados eram saudáveis ou tinham tumores na cabeça, tal como as crianças submetidas a radioterapia, e se desenvolveram esses déficits.
De acordo com os pesquisadores do Instituto Karolinska, da Suécia, citados em comunicado pela instituição, a capacidade de memória e aprendizagem dos roedores melhorou quando foram tratados com lítio (metal) após, numa fase inicial da vida, o seu cérebro ter sido submetido a doses de radiação não especificadas.
A equipe verificou aumento da formação de novos neurônios (células) em área do cérebro (hipocampo) que é importante para a memória, durante o período em que os ratos receberam lítio, na fase de crescimento até se tornarem quase adultos.
O comunicado ressalva, no entanto, que a maturação dos neurônios em células nervosas completas só ocorreu quando o tratamento com lítio foi interrompido.
Ainda assim, a autora principal do estudo, Giulia Zanni, considera que o lítio, "dado segundo as diretrizes do modelo" testado em ratos, "pode ajudar a curar as lesões causadas pela radioterapia, mesmo ao fim de muito tempo".
O estudo concluiu ainda que apenas as células sujeitas a radiação são afetadas pela ação do lítio.
O grupo de investigação, que pretende avançar para ensaios clínicos, já tinha sugerido anteriormente que o lítio protege o cérebro contra lesões se for administrado juntamente com a radioterapia.
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