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Astro de Hollywood quebra regra e reinventa fórmula de bebida clássica

O pedido de James Bond por um "martíni batido, não mexido" redefiniu o drinque clássico, contrariando as receitas da coquetelaria tradicional

Giovanna Camiotto

Publicado em 08/10/2025 às 15:54

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James Bond popularizou o martíni batido, mas distorceu a receita original / Pixabay

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O dry martíni é um dos coquetéis mais clássicos do mundo. A receita original, registrada pela International Bartenders Association (IBA), determina a proporção de seis partes de gim para uma parte de vermute seco, com finalização opcional de limão ou azeitona. Mas um astro de Hollywood quebrou as regras e fez sua própria versão.

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Na verdade, nada impede variações ao gosto do cliente, mas o preparo tradicional sempre foi um símbolo de precisão e elegância. A mistura deve ser feita com a colher bailarina, e nunca na coqueteleira. Afinal, bater o drinque quebra sua textura e dilui excessivamente o álcool.

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A popularização do personagem James Bond, criado pelo escritor inglês Ian Fleming, alterou completamente essa tradição. O agente 007 ajudou a difundir uma versão que se afastava das regras da velha escola da coquetelaria: ele pedia o drinque com vodca e batido, não mexido.

“Beber o martíni com vodca é um contrassenso, senão uma traição naqueles tempos da guerra fria, considerando que o espião a serviço de Sua Majestade (da terra do gim) combatia ferozmente os russos (da terra da vodca); mas há quem diga que promover a bebida do inimigo era apenas uma ironia do autor (haja humor inglês). Já pedir que seja batido, e não mexido, nenhuma teoria explica.”

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A tradição do dry martíni foi alterada pelo charme do espião britânico/Pixabay
A tradição do dry martíni foi alterada pelo charme do espião britânico/Pixabay
O clássico coquetel com gim e vermute ganhou versões que dividem bartenders/Pixabay
O clássico coquetel com gim e vermute ganhou versões que dividem bartenders/Pixabay
"Shaken, not stirred" se tornou bordão, mas é um erro técnico de coquetelaria/Pixabay
"Shaken, not stirred" se tornou bordão, mas é um erro técnico de coquetelaria/Pixabay
O autor reviveu o ritual original em Londres, no bar frequentado por Ian Fleming/Pixabay
O autor reviveu o ritual original em Londres, no bar frequentado por Ian Fleming/Pixabay
A escolha entre bater ou mexer separa puristas e fãs da cultura pop/Pixabay
A escolha entre bater ou mexer separa puristas e fãs da cultura pop/Pixabay

Na prática, o uso da coqueteleira é reservado para misturas de líquidos que não se unem naturalmente — como destilados com sucos. Quando os ingredientes são miscíveis, como gim e vermute, basta mexer. Por isso, o famoso “vodca martíni batido” é considerado um erro técnico entre bartenders.

O fascínio do cinema, porém, transformou o deslize em um símbolo de estilo. A frase “shaken, not stirred” se tornou uma das mais icônicas da cultura pop, levando multidões a pedir o coquetel de forma incorreta — mas com o charme e a confiança do espião britânico.

Curiosamente, o próprio autor Ian Fleming também bebia suas criações pessoais, como o “vésper”, um drinque considerado de gosto duvidoso até entre bartenders experientes.

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Décadas depois, o impacto cultural permanece. Mesmo com a defesa dos puristas, o martíni de James Bond continua sendo mais lembrado pela atitude do personagem do que pela receita original. E, assim, um simples erro de bar tornou-se parte da história do glamour hollywoodiano.

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