As ondas de calor marinhas afetaram uma área de quase 40 milhões de quilômetros quadrados, mais de 10% da superfície global dos oceanos / Pexels
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Um relatório divulgado nesta quarta-feira (11) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) revela que o Pacífico Sudoeste registrou em 2024 o maior aquecimento oceânico da história da região, intensificando a crise climática e provocando impactos severos sobre ecossistemas marinhos e populações costeiras.
De acordo com o Relatório do Estado do Clima no Pacífico Sudoeste de 2024, as temperaturas da superfície do mar atingiram níveis recordes, comprometendo recifes de coral e espécies marinhas essenciais para a subsistência de diversas ilhas.
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As ondas de calor marinhas afetaram uma área de quase 40 milhões de quilômetros quadrados, mais de 10% da superfície global dos oceanos.
O documento aponta ainda que 2024 foi o ano mais quente já registrado na região, com temperaturas 0,48°C acima da média entre 1991 e 2020.
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O aumento foi acompanhado por uma série de eventos climáticos extremos, incluindo chuvas intensas, secas prolongadas e um número recorde de ciclones tropicais, especialmente nas Filipinas.
Um estudo publicado na revista Nature em novembro de 2024, coassinado pela pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC, já havia alertado para os efeitos devastadores das ondas de calor marinhas em diversas regiões oceânicas do planeta, reforçando a necessidade de ampliar o monitoramento e a compreensão desses fenômenos.
Metade dos brasileiros já sente no dia a dia os efeitos do aquecimento das águas
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O relatório também destaca a elevação do nível do mar, que avança mais rapidamente no Pacífico Sudoeste do que em outras regiões do mundo. O fenômeno representa uma ameaça direta à existência de nações insulares, onde grande parte da população vive próxima à costa. Estima-se que cerca de 50 mil pessoas estejam sob risco de deslocamento anual devido aos efeitos das mudanças climáticas.
Entre os fatores agravantes está o derretimento de geleiras tropicais, como o glaciar localizado na Nova Guiné, na Indonésia, que pode desaparecer completamente até 2026, segundo o relatório.
Diante do cenário, a OMM recomenda o fortalecimento dos sistemas de alerta precoce e a implementação de medidas preventivas para ajudar as comunidades a responder a eventos climáticos extremos. A organização alerta que o tempo para conter os efeitos da crise climática está se esgotando e defende maior colaboração internacional para garantir resiliência e adaptação em um contexto de mudanças aceleradas.
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A entidade reforça que o aquecimento dos oceanos e a elevação do nível do mar são indicadores diretos do avanço das mudanças climáticas, exigindo respostas urgentes e coordenadas para proteger populações vulneráveis e preservar os ecossistemas marinhos.