23 de Abril de 2024 • 22:43
Mundo
O artigo 88 do texto incluía no pacote de crimes que tratam do tráfico de pessoas o "recrutamento para a participação em conflitos armados ou organizações religiosas ou cultos"
Para Evo, as críticas são parte de uma campanha para atrapalhar seu governo / G. Jallasi/ABI/Fotos Públicas
O presidente boliviano Evo Morales decidiu neste domingo (21) cancelar a aplicação do novo código penal do país, que vinha sendo alvo de críticas de igrejas cristãs.
Os religiosos diziam que as novas regras criminalizavam a evangelização, o que o governo nega. O artigo 88 do texto incluía no pacote de crimes que tratam do tráfico de pessoas o "recrutamento para a participação em conflitos armados ou organizações religiosas ou cultos".
Para Evo, as críticas são parte de uma campanha para atrapalhar seu governo.
"Decidimos cancelar o Código do Sistema Penal para evitar confusões e para que a direita deixe de conspirar e não tenha argumento para gerar desestabilização no país", afirmou.
Diversas entidades religiosas e da sociedade civil planejaram uma série de protestos contra o governo devido ao novo código. Também estava marcada uma manifestação de apoio ao presidente.
Com isso, o presidente prometeu no domingo enviar "uma carta para a Assembleia Legislativa nos próximos dias" pedindo a anulação do código. Ele também indicou que vai pedir aos parlamentares que refaçam a lei sem seus pontos mais polêmicos.
Segundo Evo, as críticas da oposição contra as novas regras estavam erradas.
"A mentira ganhou como tema de campanha", afirmou ele em uma entrevista para o canal de TV estatal.
A decisão de cancelar o novo código acontece em um momento que Evo completa 12 anos no comando do país e luta para disputar uma nova reeleição.
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