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Após ato obsceno, Queiroga recebe diagnóstico de Covid em Nova York

Ministro não embarcou junto com a delegação que já retornou ao Brasil nesta terça; ele terá de ficar em quarentena por causa do diagnóstico

Folhapress

Publicado em 21/09/2021 às 22:42

Atualizado em 21/09/2021 às 22:42

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para Covid-19 nesta terça-feira / Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para Covid-19 nesta terça-feira (21) durante viagem a Nova York para acompanhar a Assembleia-Geral da ONU. Com a contaminação do ministro essa já é a segunda contaminação confirmada na comitiva que acompanha o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Estados Unidos. 

Queiroga não embarcou junto com a delegação que já retornou ao Brasil nesta terça. Ele deveria acompanhar a comitiva presidencial, mas ficou em Nova York, cumprindo isolamento. 

Queiroga estava hospedado no mesmo hotel que Bolsonaro. Ele esteve em vários eventos ao lado do presidente, como o jantar na noite de segunda que terminou em princípio de confusão. Na ocasião, o ministro mostrou o dedo do meio a ativistas que protestavam contra o governo. 

Ele também foi ao memorial do World Trade Center, na tarde desta terça. Ali houve aglomeração em torno do presidente, que foi cercado por alguns turistas. O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, esteve ao lado de Queiroga em vários eventos e também na van que os trouxe de volta do jantar de segunda (20). França se encontrou com o secretário de Estado dos EUA nesta terça de tarde. Ele ficaria mais alguns dias nos EUA, para mais reuniões bilaterais. A princípio, estas reuniões estão mantidas. 

O aviso da contaminação foi enviado a diplomatas da Missão do Brasil na ONU. Os funcionários que permaneceram em Nova York entrarão em isolamento nos próximos dias e não acompanharão presencialmente os debates do evento, que continuam nesta quarta (22). 

Queiroga já recebeu a vacina contra o coronavírus e inclusive aplicou doses em políticos como o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente, e colegas como o ministro Marcos Pontes (CIência e Tecnologia) e Tarcisio Freitas (Infraestrutura). Também cobrou Jair Bolsonaro, em uma live, que se imunizasse. 

No sábado (18), um primeiro caso na comitiva brasileira foi confirmado. O funcionário, que trabalha no cerimonial da Presidência, tinha saído do Brasil havia cerca de dez dias para ajudar a planejar a logística da viagem. Ele se sentiu mal na última sexta-feira (17) e teve o diagnóstico de Covid confirmado no dia seguinte, véspera da chegada do presidente Bolsonaro aos EUA. 

Não ficou claro em quantas reuniões o funcionário infectado esteve nem se ele foi à sede da entidade nos dias anteriores. Pelo status que tem no governo, tudo indica que ele estava hospedado no mesmo hotel utilizado por Bolsonaro e sua comitiva. 

Depois que a contaminação foi confirmada, a pessoa foi isolada e ficará 14 dias em quarentena antes de voltar ao Brasil. Procurada pela reportagem na manhã desta segunda-feira (20), a assessoria de imprensa da Presidência disse desconhecer desse primeiro caso. 

Bolsonaro discursou na Assembleia-Geral nesta terça. Entre os temas abordados estava a pandemia de Covid-19, e o presidente –que diz não ter se vacinado– se posicionou contra a exigência de passe sanitário. Durante sua estadia em Nova York, ele se esquivou de entrar em restaurantes, já que a imunização é obrigatória para frequentar esses locais na cidade americana. Para isso, comeu pizza na calçada, e uma churrascaria brasileira fez um 'puxadinho' para recebê-lo. 

A ONU chegou a distribuir uma carta com orientações da cidade de Nova York sobre a necessidade de imunização para participar de eventos em locais fechados, o que incluía a sede da Assembleia-Geral. No entanto, após críticas da Rússia, a entidade mudou de posicionamento. 

O secretário-geral do órgão, o português António Guterres, disse que não teria como impedir líderes estrangeiros não imunizados de irem ao encontro, e a decisão foi formalizada na quinta (16). Se tivesse sido mantida, a regra poderia ter impossibilitado a entrada de Bolsonaro. 

Ainda que não tenha vetado a presença de não vacinados, a ONU estabeleceu uma série de protocolos para prevenir a disseminação do vírus no evento, entre as quais distanciamento social e restrição de público: podem comparecer apenas funcionários da entidade e jornalistas que já trabalham no quartel-general da entidade e possuem um escritório ali. Não há plateia, e cada líder estrangeiro pôde levar uma delegação de seis pessoas às dependências, quatro das quais ao salão da assembleia. 

O uso de máscara é exigido o tempo todo, exceto enquanto a pessoa estiver falando em reuniões. A higienização do púlpito onde se pronunciam os líderes também é vista com frequência. 

Ao chegar ao evento, os participantes precisam atestar que não tiveram sintomas ou diagnóstico de Covid nos últimos 14 dias nem contato com pessoas que tiveram a doença. E, caso apresentem algum sintoma durante o evento, a orientação é que deixem de comparecer presencialmente. 

Os protocolos adotados pela ONU são mais brandos do que os das Olimpíadas de Tóquio, que mantiveram os atletas em uma espécie de bolha e exigiram que tanto eles quanto os jornalistas cumprissem um período de isolamento anterior ao evento.

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