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À Justiça, Cristina nega acusações de corrupção e se diz perseguida por Macri

Cristina foi chamada para defender-se da acusação de fazer parte de um esquema de benefícios a empreiteiros de que teria participado seu governo (2007-2015) e o de seu marido, Néstor Kirchner

Folhapress

Publicado em 13/08/2018 às 18:48

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Cristina foi chamada para defender-se da acusação de fazer parte de um esquema de benefícios a empreiteiros de que teria participado seu governo (2007-2015) e o de seu marido, Néstor Kirchner / Divulgação

Mesmo depois de pedir que a militância kirchnerista desistisse de ir aos tribunais de Comodoro Py, em Buenos Aires, para que sua entrada e saída fossem discretas, a ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner teve de atravessar uma pequena multidão de repórteres, apoiadores e opositores na manhã desta segunda-feira (13) quando compareceu a uma convocação da Justiça.

Cristina foi chamada para defender-se da acusação de fazer parte de um esquema de benefícios a empreiteiros de que teria participado seu governo (2007-2015) e o de seu marido, Néstor Kirchner (2003-2007), já morto.

A ex-presidente apresentou sua declaração por escrito ao promotor Carlos Stornelli e ao juiz Claudio Bonadio. No texto, negou "de maneira definitiva" os casos de que é acusada e disse que, desde que o atual presidente, Mauricio Macri, chegou ao poder, em 2015, ela sofre uma "perseguição judicial".

Contra Cristina estão abertos também processos sobre a especulação com o dólar-futuro, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e envolvimento em supostos desvios de verba destinada a obras públicas.

Nesta última, já está preso o empresário e amigo pessoal do casal, Lázaro Báez, acusado de ser o operador do esquema de desvios e de ter ficado com as principais concessões de obra pública no sul do país.

Cristina também é mencionada nos chamados "cadernos da corrupção", um conjunto de documentos fotocopiados entregues à Justiça pelo jornal La Nación e que trazem anotações feitas à mão pelo ex-motorista de um funcionário do ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido (também preso). Nestas anotações, o chofer Óscar Centeno teria registrado os valores de bolsas de dinheiro entregues a funcionários kirchneristas e a empresários beneficiados.

Cristina pediu ao juiz Bonadio que Macri também fosse chamado a declarar por conta de sua suposta participação no mesmo esquema. Na semana passada, o primo de Macri e também empresário citado no processo, Ángelo Calcaterra, declarou ter dado contribuições em caixa 2 às campanhas dos Kirchner.
Calcaterra é também acusado de ter sido favorecido, durante o kirchnerismo, por meio de sua ex-empresa, IECSA, que era sócia da Odebrecht na obra de soterramento de uma linha de trem da capital.

Cristina afirma que Macri teve "algum tipo de participação nas negociações irregulares que fazia Calcaterra". Acrescentou, ainda, que está havendo uma "judicialização da política" na Argentina e que Bonadio foi escolhido pelo governo para armar o que ela chamou de "fórum shopping".

A ex-presidente ficou por volta de uma hora e meia no tribunal e saiu sem responder perguntas. A Justiça agora avalia pedir ao Congresso que autorize uma busca e apreensão nas residências de Cristina em Buenos Aires e em Santa Cruz (na Patagônia), assim como em suas outras propriedades e em seu escritório no Senado. Como a ex-presidente é hoje senadora, tem foro privilegiado e esse tipo de decisão tem de ser autorizada pelo parlamento.

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