Cristina revela que assumiu a prefeitura em uma situação difícil e até sem material administrativo / Nair Bueno/DL
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A afirmação é da nova prefeita eleita em Mongaguá, Cristina Wiazowski (Progressistas), de 58 anos, que é empresária e assumiu a prefeitura no dia 14 deste mês. Ela fala sobre os novos desafios a serem enfrentados na Administração Municipal.
Entre eles, Cristina pretende melhorar o atendimento na área da Saúde e reestruturar a máquina pública. Outro grande desafio é promover o ajuste fiscal do município. Ela encontrou um déficit orçamentário de cerca de R$ 54 milhões. Cita ainda as ações nas áreas da educação, zeladoria, turismo, geração de renda e outras.
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Confira a entrevista:
Diário do Litoral – Qual é o sentimento de ter sido eleita a primeira prefeita em Mongaguá? E de ser a única mulher na região da Baixada Santista?
Cristina Wiazowski – É um sentimento de gratidão à população e também com senso de muita responsabilidade. Já pedi a nossa equipe que queremos um governo com transparência, austeridade e participação da população. Após 65 anos de emancipação do município, ter sido eleita a primeira prefeita mulher, temos o compromisso de que a cidade se desenvolva de forma satisfatória.
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DL – Como encontrou a situação da prefeitura?
Cristina – Assumimos a Prefeitura de forma calamitosa, no dia 14, em uma situação difícil, não havia nem material na parte administrativa. O funcionário está desmotivado e estamos atuando para mudar essa situação. Vamos promover a integração entre as secretarias e o nosso governo, com o objetivo de ter maior participação da população. Todos os equipamentos e a estrutura física do Paço Municipal estavam deteriorados. Além de todas as licitações terem sido interrompidas e os contratos sem vigência. Assinei um decreto de calamidade administrativa para que possamos fazer algumas contratações de forma emergencial. O maior trabalho da nossa equipe e da comissão de auditoria será ter uma análise de diagnóstico. E segregar o período referente ao governo interino do governo Cristina, neste primeiro ano. O último ano do ex-prefeito foi uma gestão sem planejamento e os sete meses do governo interino não tinha a experiência necessária para conduzir a Cidade. Fizemos reunião com a Associação Comercial de Mongaguá e a entidade contou que nunca teve a valorização junto ao comércio. Vamos contar com a participação dos comerciantes para o desenvolvimento do município. Em um período de dez anos tivemos duas eleições suplementares. Isso reflete, de forma negativa, na sociedade e no funcionalismo público. Nossa intenção é valorizar o funcionário para que ele possa atender o munícipe com mais dignidade.
DL – Quais são as ações prioritárias no município?
Cristina – Já estamos realizando ações na área da Saúde. A secretária municipal de Saúde, a enfermeira Zilvani Guimarães, fez alterações para agilizar e marcar exames de sangue nas Unidades de Saúde da Família (USFs). As pessoas aguardavam 90 dias para agendar os exames e, hoje, já conseguimos diminuir o tempo para 10 dias, com expectativa de zerar a espera. A secretária Zilvani está fazendo ainda o atendimento à população, às segundas-feiras, para saber quais as principais demandas e sugestões nas unidades. Estamos atendendo os moradores com mais humanização e acolhimento. Outra prioridade é a parte de zeladoria, já estamos iniciando os trabalhos para fazer a limpeza das ruas, do mato, nos bairros de Agenor de Campos e na área rural. Na área rural, a ideia é reativar a Regional Rural, motivar o turismo rural e, ao mesmo tempo, a zeladoria para melhorar as condições.
DL – Na área da Saúde, há planos para a Maternidade voltar a funcionar? Qual é a previsão?
Cristina – Já faz parte do nosso Plano de Governo a reabertura da Maternidade, mas ainda não há uma previsão de data. Atualmente, as gestantes do município são atendidas no Hospital Regional de Itanhaém.
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DL – A Cidade vai contar com um serviço de proteção aos animais de rua?
Cristina – Tivemos uma ação realizada em parceria com o Instituto Elizeu para fazer 400 castrações de cães e gatos, na última semana. Essa preocupação com os animais não estava acontecendo na Cidade. Vamos conversar com um deputado estadual em São Paulo para enviar uma emenda parlamentar e implantar um hospital veterinário do SUS em Mongaguá. A ideia é compartilhar, em forma de consórcio, com as cidades de Itanhaém e Peruíbe para o custeio de alguns equipamentos. Outros problemas regionais são os atendimentos ao autista e aos pacientes que fazem hemodiálise e precisam ir para Santos. Esses atendimentos podem ser feitos em parceria com os três municípios do litoral sul.
DL – Na Educação, como está a situação das escolas e creches municipais?
Cristina - Vamos fazer vistorias em todos os prédios públicos do município. Um deles é o prédio do Fundo Social de Solidariedade que está em situação precária. Na Educação, há também falta de estrutura e manutenção nos prédios das unidades escolares. Já houve o retorno das aulas e as gestoras conseguiram fazer o acolhimento dos alunos. A ideia é melhorar a infraestrutura dos prédios públicos.
DL – Sobre o Ginásio de Esportes Jacozão, que está em situação de abandono, quais são os planos para a recuperação do local?
Cristina – Nossa intenção é buscar apoio por meio de um deputado para liberar recursos para que possamos fazer obras de infraestrutura e que o ginásio volte a funcionar. O equipamento, no centro, está totalmente inutilizado e sem condições de atender ao público.
DL – Como estão as muretas de contenção no calçadão na orla da praia na região central?
Cristina – A prefeitura já concluiu parte das muretas na orla da praia na região central. Essas obras, no valor de R$ 24 milhões, devem prosseguir até o bairro Vera Cruz. Vamos analisar as pedras colocadas na mureta para diminuir o impacto das marés. O objetivo é ver o modo como as pedras foram colocadas, para não causar problemas. A ideia é dar continuidade a essas obras das muretas em toda a extensão da orla até a divisa com Itanhaém.
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DL – Quais os pontos turísticos que precisam ser revitalizados?
Cristina – Nosso projeto é revitalizar toda a orla da praia para que seja o grande propulsor da economia do município. O deputado estadual Paulo Correa esteve aqui e vai destinar uma emenda no valor de R$ 1 milhão para fazer a revitalização da feirinha de artesanato do Centro e do píer do pescador. Estamos fazendo um levantamento de outros pontos turísticos para avaliar a situação, como o Poço das Antas, a Plataforma de Pesca e outros. Vamos ainda revitalizar o Centro de Tradições Nordestinas, no bairro Agenor de Campos, o mais populoso. O prédio já existia na gestão do ex-prefeito Paulo Wiazowski, mas não chegou a ser inaugurado, pois o prefeito que assumiu instalou o CRAS no local. Solicitamos à deputada federal Renata Abreu recursos para reformar a área e inaugurar o CTN.
DL – E as ações para incentivar a geração de empregos?
Cristina – Nossa intenção é trazer um polo logístico para Mongaguá e criar oportunidades de emprego e renda à população. Queremos que os moradores fiquem na Cidade. A ideia é remodelar a área industrial, para que possamos receber as empresas de logística e outras ligadas ao Porto de Santos. Vamos motivar as empresas a investirem em Mongaguá.
DL – Como será sua relação com o Poder Legislativo?
Cristina – Acredito que vamos ter uma relação harmônica para que possamos alcançar o desenvolvimento da Cidade. Nosso relacionamento é muito transparente. Já temos o apoio de 11 vereadores, de um total de 13. Com um trabalho feito pelo bem do município todos vão nos apoiar.
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DL – Quais os principais desafios neste primeiro ano de governo?
Cristina – Um dos desafios é na área da Saúde para melhorar o atendimento à população. Nossa ideia é criar o serviço de Saúde da Mulher até o final do ano. Outro grande desafio é o ajuste fiscal do Município este ano. Hoje encontramos um deficit orçamentário de cerca de R$ 54 milhões. Sem receita e sem orçamento não conseguimos realizar obras e melhorias à população. Além de fazer a reestruturação da máquina pública para um melhor atendimento à população.
DL – Você assumiu o governo afirmando que o objetivo é trabalhar pela melhoria da cidade e as primeiras ações apontam nesse sentido. Como a senhora imagina Mongaguá no final do mandato?
Cristina – Espero que a Cidade possa progredir e pretendo ser uma prefeita empreendedora. Vamos dar oportunidades à população para que ela sinta orgulho de morar na Cidade. E deixar o município em ordem para que o próximo gestor dê continuidade ao nosso trabalho.