Itanhaém

Trajetória política do ex-prefeito de Itanhaém Jaime Carrasco é lançada em livro

Ex-prefeito Jaime Carrasco que governou a Cidade entre 1989 e 1992, fala sobre os diversos desafios e as conquistas durante sua trajetória política

Nayara Martins

Publicado em 12/12/2025 às 22:40

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Jaime Carrasco mostra o livro que conta a sua trajetória de vida e na política / Nayara Martins/DL

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“Jaime Carrasco - uma história política”. Esse é o título do livro que conta a trajetória do ex-prefeito de Itanhaém Jaime Carrasco, de 83 anos, que governou entre 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992. Também foi vereador no período de 1983 a 1988, além de serventuário da Justiça, advogado e empresário na Cidade.  

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Jaime Viudes Carrasco nasceu na cidade de Neves Paulista, em 10 de setembro de 1941, e foi o primeiro dos oito filhos de Antônio Viudes e Maria Carrasco, imigrantes espanhóis que chegaram ao Brasil na segunda década do século passado.

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Em vinte capítulos, o livro reconstitui a trajetória da família no interior paulista e, principalmente, em Itanhaém, para onde Jaime se mudou em fevereiro de 1967, para trabalhar como escrevente e oficial interino do 2º Cartório.

Ele tornou-se ainda um dos advogados mais bem sucedidos do litoral sul. Além de ter sido eleito vereador e prefeito de Itanhaém na década de 1980.

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O livro, que faz parte da Coleção Prefeitos de Itanhaém, foi lançado em novembro, pelo jornalista, historiador e roteirista André Caldas, em Itanhaém. Em 2023, ele lançou a biografia do ex-prefeito Orlando Bifulco Sobrinho.

André Caldas já está trabalhando para lançar a biografia de mais três ex-prefeitos – Jorge Rossmann, Harry Forsselll e João Carrasco. Leitores com interesse em colaborar com depoimentos ou documentos antigos podem fazer contato por e-mail [email protected]  

Confira a entrevista exclusiva concedida ao jornal Diário do Litoral, em que Jaime Carrasco fala sobre as principais ações e os desafios durante a sua gestão, no período de 1989 a 1992, em Itanhaém:        

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Diário do Litoral - Qual é a sua opinião sobre o livro que fala da a sua trajetória de vida?

Jaime Carrasco – O livro me trouxe várias lembranças da Administração. Fiquei muito satisfeito porque conta uma passagem da política de Itanhaém. E fiz questão de esclarecer algumas dúvidas sobre a época da campanha eleitoral.

O livro, que já estava sendo elaborado há mais de um ano, está muito bom no geral.

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DL - Como foi sua indicação para concorrer à prefeitura de Itanhaém?

JC – Muitas pessoas pensavam que tinha feito um acordo com o então prefeito Edson Baptista de Andrade, em 1988, para obter o seu apoio. Mas isso não aconteceu. Fui líder do governo como vereador na Câmara, nos primeiros seis meses, pois Edson era do meu partido, o PMDB.

Após seis meses, renunciei a liderança do governo na Câmara, porque não tinha as mesmas posições, mas não fui um opositor radical.

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Na época da convenção do partido, o prefeito me comunicou que não iria apoiar ninguém, mas ele disse que iria indicar o candidato a vice, José Claudio de Mori. O indicado do grupo seria o Antônio Justino de Souza, mas falei com o diretório do PMDB e foi aprovado o nome do Zé Claudio.

Fizemos um acordo com o prefeito para que ele não subisse ao palanque na campanha eleitoral. A campanha foi tranquila e sem muitos gastos.

DL – Como estava a situação financeira da prefeitura?

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JC – Assumimos a prefeitura em uma situação financeira bastante difícil, não tinha quase receita relativo ao IPTU. Isso porque os grandes loteadores levavam vantagens com os lotes estocados. O IPTU não era cobrado por cada lote, mas pelo remanescente da gleba.

Realizamos uma revisão e um recadastramento imobiliário. Formamos uma comissão ampla com profissionais da área e com representantes do cartório de registro de imóveis.   

Na época foi um desgaste enorme, mas o administrador tem que ter coragem de adotar as medidas necessárias e não se importar se vai desagradar ou não.   

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DL - Quais foram as principais ações e os desafios do seu governo?

JC – Uma das melhores ações da Administração foi na área da Saúde, com o início da implantação do Hospital Municipal. Em segundo lugar, foi a área da educação e o recadastramento imobiliário porque o município passou a ter uma arrecadação melhor e mais justa.

O Hospital já existia na cidade, mas funcionava de forma precária e não havia ambulâncias suficientes para fazer o transporte de pacientes para Santos.    

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Tivemos o apoio importante do então governador Orestes Quércia que ajudou bastante a reestruturar o hospital municipal. Já havia um projeto para construir um novo prédio para o hospital, mas em reunião com o governador, ele propôs que se fizesse uma intervenção estatal e um convênio para desapropriar o prédio já existente.

Realizamos uma reforma e reestruturação no hospital, sendo a melhor medida adotada na Saúde. Em julho já tínhamos uma equipe médica muito boa. No mês de novembro, o hospital já estava completo e se tornou o melhor equipamento da região.

O médico Antônio Martins era o diretor clínico e o Walter Arduini era o secretário municipal de Saúde. Apesar de a Saúde ser a nossa prioridade, tivemos cinco secretários na área durante a Administração.

Outra grande conquista foi a construção da Adutora do Mambú, por parte do Governo do Estado, já que alguns bairros na cidade sofriam com a falta de água, em especial, na temporada de verão. Os bairros em pior situação ficavam entre o Cibratel e o Gaivota.

O desenvolvimento turístico de uma cidade depende do saneamento básico. Na época, Itanhaém tinha apenas cerca de 8% de coleta e tratamento de esgoto.   

A construção do prédio do Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (Cefam), na Educação, também foi uma das ações mais importantes. O projeto da construção do prédio foi aprovado pelo Governo do Estado e a prefeitura cedeu o terreno no bairro Cidade Anchieta.

Na área social enfrentamos mais um desgaste, porque acabamos com a política do assistencialismo e as filas na prefeitura. O atendimento à população carente passou a ser feito na Secretaria de Assistência Social.

DL - Acredita que a sua missão foi cumprida?

JC – Acredito que o meu dever foi cumprido ao final da Administração, em dezembro de 1992. Além de ter exercido por seis anos como vereador com a prorrogação de mandato.

Assumi ainda, por mais quatro anos, como chefe de gabinete e secretário municipal de Finanças, na gestão de meu irmão João Carrasco, de 1997 a 2000.    

DL - Como avalia a cidade de Itanhaém nos dias atuais?

JC – Como toda a administração, acho que essa gestão ainda tem muitos projetos a realizar. As necessidades da população são enormes, mas entendo as dificuldades do prefeito atual.

O prefeito de uma cidade deve estar mais presente junto à população nos bairros. Além de estar bem assessorado com pessoas competentes em cada área.

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