Itanhaém celebra a Festa da Padroeira

Tradicional celebração da comunidade católica, o Dia da Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira de Itanhaém, é comemorada nesta terça-feira (8). As novenas religiosas aconteceram do dia 29 de novembro e ao dia 7 de dezembro, reunindo centenas de fiéis na Igreja Matriz de Sant`Anna, no centro histórico do município.

"A Festa da Padroeira é tradicional em Itanhaém". A afirmação é de uma das devotas mais antigas, a aposentada Valdete Rasga, de 81 anos, que participa da Festa da Padroeira há cerca de 70 anos. Natural de Itanhaém, Valdete marca presença em todas as festas religiosas da Cidade.

"A Festa da Nossa Senhora era muito mais bonita, antigamente, pois as novenas aconteciam durante os nove dias, no Convento Nossa Senhora da Conceição, no alto do Morro Itaguaçu", lembra.

"As novenas eram emocionantes, acompanhadas pelo coral. Quem cantava a jaculatória - canto em louvor à santa, era Maria Pureza Leal Diz, caiçara da cidade. Muitos músicos vinham de Santos e se apresentavam com violinos, violoncelos e rabecas".

Logo após Pureza falecer, quem a substituiu no canto foi sua filha, a advogada Maria Tereza Leal Diz, mais conhecida como Teté, por 12 anos. A regência do coral ficava por conta do maestro Totó Mendes, de Itanhaém.

Lembra que vinham devotos de toda a região, de Santos, de São Vicente, e até dos sítios próximos a cidade, para participar das celebrações.

"A imagem de Nossa Senhora da Conceição, antes, ficava no Convento e só descia no dia 8 para participar da procissão, e percorria as ruas do Centro Histórico. Após a procissão, a imagem subia novamente ao Convento e ficava lá".

Valdete recorda ainda que, segundo relatos históricos, a imagem da santa foi construída pelo português Gonçalo Fernandes, preso injustamente e condenado à forca. Após ele terminar a imagem deram ordem para que não o enforcassem.

PROCISSÃO.

A procissão, este ano, um dos momentos mais esperados, vai ser motorizada, devido à pandemia da covid-19. "Infelizmente, este ano, há mudanças na procissão. A pé é muita mais bonita, acompanhada pelos fiéis", destaca.

Valdete lamenta ainda o fato de as devotas mais antigas não participarem mais da Festa da Padroeira. "Sinto falta de minhas amigas da igreja, como Maria Luiza Bastos da Silva, a Ziza e dona Therezinha Gatto, que devido à idade avançada não conseguem ir às novenas ou à procissão", completa.

"Tenho boas lembranças das comemorações de antigamente. E saudades de minha irmã, Helenice Pompeu Rasga, que faleceu há cinco anos, com 79 anos. Ela adorava participar das festas religiosas". Valdete mora com a sua filha e o seu neto, no bairro Jardim Mosteiro, no município.

PROGRAMAÇÃO.

O padre Wilson José da Silva, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Itanhaém, fala da importância em celebrar o Dia da Padroeira. "O importante é termos Cristo como centro e Maria como aquela que nos aponta para o Cristo. E um povo que confia em Deus e, por meio de Maria, mãe de Jesus, tem religiosidade e busca alimentar essa fé".

Diz ainda ser uma festa tradicional, realizada há mais de 400 anos na Cidade. "Estamos vivendo um tempo atípico, nesse período de pandemia, não somente na procissão, mas também nas novenas, adotamos todos os cuidados sanitários, como o distanciamento, o uso de máscara, o álcool em gel e o termômetro para medir a temperatura".

Nesta terça-feira (8), Dia da Padroeira, às 10 horas, acontece a missa solene em louvor à santa, na Igreja Nossa Senhora da Conceição e, às 16 horas, há outra missa na mesma igreja. Às 17 horas, será a procissão que, este ano, será motorizada, saindo da Igreja Nossa Senhora da Conceição até a Igreja Matriz. Fiéis podem ir de carro, de moto ou de bicicleta. Já às 19 horas, acontece a missa de encerramento da Festa, na Matriz.