Itanhaém
O projeto executivo para restaurar o conjunto tombado é essencial para viabilizar financiamento e as obras do restauro do espaço
Giovanna Camiotto
Publicado em 07/12/2025 às 07:12
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Convento Nossa Senhora da Conceição é um dos mais valiosos monumentos históricos de Itanhaém / Carlos Eduardo da Silva
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Itanhaém deu um passo importante na preservação do conjunto arquitetônico da Igreja e ruínas do Convento Nossa Senhora da Conceição. O Projeto Básico de Restauro Conservativo foi apresentado em um evento recente que reuniu mais de 50 especialistas, autoridades e a população, com foco na valorização do patrimônio edificado.
O projeto faz parte do Programa de Ação Cultural – ProAc nº 13/2024, na linha "Arquitetura para ocupação de bens tombados pelo Condephaat", uma iniciativa da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
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A arquiteta e responsável técnica, Dra. Regina Helena Vieira Santos, apresentou o projeto de restauro que atende às exigências do edital e dos órgãos de preservação. A Diocese anuiu a Irmandade Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém para participarem com a proposta no edital do ProAc nº 13/2024, que está focado especificamente nas estruturas que dão acesso ao Convento e se encontram em estado de deterioração pelo tempo e mal recondicionamento.
"A manutenção e conservação precária, e, algumas vezes equivocadas, levaram a deterioração do bem, Convento Conceição de Itanhaém, que se encontra fechado há muitos anos. Nem a população local, nem turistas conhecem o espaço museológico onde eram as celas (quartos dos religiosos), nem o jardim. A vegetação no morro, por falta de cuidado, cresceu muito e avançou na edificação, colocando em risco o bem e perdendo sua visibilidade na paisagem cultural", explicou Regina em entrevista ao Diário do Litoral.
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O trabalho foi iniciado em fevereiro deste ano e segue as etapas rigorosas de um projeto de Restauro Conservativo: o estudo preliminar, o projeto básico (recentemente apresentado) e, por fim, o projeto executivo, cujo prazo de entrega é fevereiro de 2026.
Ainda não há previsão oficial para o início das obras de restauro. "A Irmandade [Nossa Senhora da Conceição] tem interesse que comece logo ainda no primeiro semestre de 2026", afirmou a arquiteta.
O Convento Nossa Senhora da Conceição é um bem de valor histórico inestimável, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Com 492 anos de história, o conjunto é considerado um registro vivo do passado do Brasil e o monumento mais antigo de Itanhaém.
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No começo do século XX, Mario de Andrade em visita ao município, registra o bem na primeira lista de bens nacionais. Em 1921, foi realizado o primeiro restauro pelo então presidente do Estado de São Paulo, Washington Luís. O conjunto está sob a responsabilidade da Diocese de Santos e da Irmandade Nossa Senhora da Conceição desde 1924.
A filosofia do restauro atual é guiada pelos princípios internacionais de conservação. "Nosso objetivo é seguir os princípios das cartas patrimoniais, que norteiam a preservação de bens culturais em todo o mundo," destacou a arquiteta Regina Helena Vieira Santos. Ela ressaltou que o projeto busca conciliar o valor histórico e o uso religioso do Convento, mantendo o local "vivo e acessível a todos."
É importante frisar que o Conjunto Arquitetônico está fechado há anos, embora tenha sido concedido autorização do Iphan, segundo informação da Diocese, para a Igreja estar aberta em 2025 por ser uma das igrejas do Jubileu.
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Agora, as áreas em ruínas serão limpas e consolidadas, e, onde teria sido a biblioteca, recepção e sala convencional, dará espaço para a circulação vertical mecânica de acessibilidade. Já o pelourinho (monumento da fundação da Vila em 1561, pertencente ao acervo municipal) que ali está, será devolvido ao município.
No térreo será mantida a área expositiva temporária. No pavimento superior, ressignificação da área expositiva do acervo da igreja, enquanto o pavimento inferior será utilizado para demandas atuais como sanitários e um pequeno ponto para café, voltado para o espaço de convivência do claustro.
O jardim também será preservado com áreas de contemplação, com algumas esculturas. A área do cemitério franciscano será mantida como "de interesse arqueológico", respeitando a religião. Por fim, no jardim do térreo haverá informações sobre a geologia, visto que o morro Itaguaçu é um grande gnaisse.
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