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Itanhaém

Dona Geralda recolhe e vende recicláveis, em Itanhaém

Apesar de já estar aposentada, ela ainda trabalha como catadora para complementar a renda

Nayara Martins

Publicado em 17/07/2022 às 06:58

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Dona Geralda sai todos os dias com o seu triciclo em Itanhaém / Nair Bueno/DL

Um exemplo de resistência e de força de vontade para ganhar a vida. Essa é história da catadora de material de reciclável e aposentada dona Maria Geralda Francisco, de 76 anos, de Itanhaém, que trabalha de domingo a domingo, para complementar a sua renda mensal. Ela é apenas uma das inúmeras pessoas que sobrevivem com a venda de material reciclável na Cidade.  

“Vim morar em Itanhaém em 2019, quando comprei esse apartamento de moradia popular, no bairro Guapurá. Mas o apartamento estava com dívidas e acabei fazendo um empréstimo para pagar o débito, que estava em torno de R$ 3 mil”, explica. 

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Se ela não pagasse a dívida à Caixa Econômica Federal (CEF), até o ano de 2026, seria despejada do apartamento de moradia popular. Hoje, ela conseguiu quitar a dívida e paga uma mensalidade no valor de R$ 48,00 à CEF.  

Desde 2019, dona Geralda começou a recolher e a vender recicláveis para complementar a renda e pagar a dívida do apartamento. Ela também recebe sua aposentadoria desde 2005.      

A aposentada sai todos os dias, por volta das 16 horas e retorna às 21 horas, para recolher o material reciclável. Ela recolhe todo o tipo de material, como garrafas pets, latinhas de alumínio, sacos plásticos, entre outros. E guarda todo o reciclável na sala do seu apartamento de dois quartos, sala, cozinha e banheiro.  

Segundo dona Geralda, o material que os compradores pagam melhor é o cobre, que sai a R$35,00 o quilo, mas é bem difícil de achar. E também a latinha que sai a R$ 5,00 o quilo e a garrafinha pet a R$ 1,00 o quilo. 

Diz ainda que os melhores dias na semana para pegar o material são aos sábados, domingos e segundas-feiras pela manhã. Hoje, em média, ela ganha cerca de R$ 1.300,00 por mês.

“É boa essa vida de catador de recicláveis. Se a pessoa ficar o dia inteiro, consegue ter uma boa renda. Quem pega um carrinho, sai a partir das 7 horas e fica o dia inteiro, pode ganhar até R$ 200,00 por dia”, salienta. 

A aposentada lembra que já recebeu muitas doações nas ruas, como várias panelas, além de televisão, fogão e outros objetos. Além de ganhar alimentos e cestas básicas de moradores.

Dona Geralda consegue vender os materiais em depósitos de ferros velhos na Cidade. Ela explica que começou a conhecer melhor o material e a desmanchar chuveiros, televisão e outros eletrodomésticos para vender por um valor melhor. “Tinha muito prejuízo, pois vendia os objetos inteiros e recebia um valor menor”, frisa.          

Triciclo

No início de 2021, dona Geralda ganhou um triciclo para ajudar a recolher os materiais recicláveis. A doação foi feita por uma conhecida que a viu catando reciclados e teve a ideia de doar um triciclo. A doadora também pediu a colaboração de outras pessoas, além da bicicletaria que colaborou com alguns acessórios.  

“Em apenas dois dias, eles arrecadaram o dinheiro pra comprar um triciclo e a cesta básica, além de produtos de higiene pessoal”, conta a aposentada. 

“Consegui pagar a dívida do apartamento graças a essa doação do triciclo, pois foi o que me ajudou a recolher os materiais recicláveis e a ganhar mais dinheiro para me manter”, completa.
Planos 

Sobre aos planos futuros dona Geralda diz que ainda tem muito a conquistar. 

“Apesar da pouca renda que ganho, pretendo juntar dinheiro, comprar um terreno e montar um ferro velho. Também espero poder comprar uma casinha térrea”, ressalta.

Dona Geralda hoje mora sozinha em Itanhaém no conjunto de moradia popular no Guapurá, mas tem três filhos que moram em Itapevi, no interior de São Paulo.

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