Itanhaém

Ambientalista Ernesto Zwarg completaria 100 anos nesta terça (29)

Ambientalista, professor, compositor, poeta e político, Zwarg foi um dos pioneiros a lutar pela preservação ambiental no litoral sul

Nayara Martins

Publicado em 26/07/2025 às 07:10

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Zwarg foi um dos primeiros a defender a preservação da Estação Ecológica da Jureia / Luciano Netto

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O ambientalista, compositor, escritor, professor, poeta e político Ernesto Zwarg Júnior completaria 100 anos, nesta terça-feira, dia 29. Zwarg foi um dos pioneiros no Brasil a lutar pela preservação ambiental na região.

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Nascido em 29.07.1925 na cidade de Piracicaba, no interior do Estado, ele faleceu, aos 84 anos, em 25.08.2009 em Itanhaém, no litoral sul de São Paulo.

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Zwarg organizou grupos de combate à instalação das usinas nucleares pela Nuclebrás, nas cidades entre Peruíbe e Iguape, no litoral sul de São Paulo, nas décadas de 1970 e 1980, promovendo passeatas, fóruns e protestos em locais públicos.

Ele dedicou sua vida à causa ecológica e lutou pela preservação da Juréia, hoje, Estação Ecológica Jureia-Itatins, uma unidade de conservação brasileira.

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No ano de 1973, ele fundou a Sociedade de Ecologia, Paisagismo e Humanismo de Itanhaém. 

No ano de 1974, Zwarg entrou com a 1ª Ação Civil Pública, contra a construção de prédios na orla da praia de Itanhaém, sem rede de coleta de resíduos sólidos. Foi deferida pelo juiz de primeira instância e considerada a primeira sentença pró-meio ambiente do Brasil. 

Promoveu uma ação civil pública contra a privatização das praias em janeiro de 1979, contra o Estado de São Paulo e os municípios do litoral sul, de Peruíbe a Cananéia, mas o objeto perdeu a eficácia após o decreto que criou a Estação Ecológica da Jureia, pelo governo do Estado, em 1986.  

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Foi um dos defensores dos morros Sapucaitava, do Paranambuco e dos rios Negro e Branco em Itanhaém. Atuou ainda contra a abertura da estrada Parelheiros-Itanhaém. 

Zwarg organizou, entre os anos de 1969 a 2002, várias caravanas que saiam de Itanhaém e Peruíbe até Iguape. O objetivo era manter a tradição religiosa da “Romaria do Bom Jesus de Iguape” e chamar a atenção das autoridades para a criação do Parque Estadual Jureia-Itatins.  

Atuou ainda como jornalista e editor no jornal Correio do Litoral, quando sua família assumiu o jornal, no período entre 1948 e 1976. Foi professor de Língua Portuguesa e de Inglês, nas escolas públicas das cidades do litoral sul. 

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Cultura caiçara

A pesquisadora e escritora Maria Tereza Leal Diz, conhecida como Teté, explica que falar sobre a lendária figura de Ernesto Zwarg Júnior é falar sobre natureza e sobre preservação ambiental. E também sobre os usos e os costumes da cultura caiçara.

“Esse nosso personagem chegou em Itanhaém no final da década de 1940, com seus pais e irmãos, e encantou-se por esse nosso litoral e a cultura caiçara, erguendo uma bandeira ecológica em defesa e preservação da região”, destaca.

“Era comum vê-lo descalço, nas areais das praias, imerso em pensamentos ou mergulhando nas águas tranquilas dos rios. Longas caminhadas por nossas matas também se faziam presentes. Ele vivia intensamente, abraçado à Natureza”, completa.     

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Teté lembra ainda que toda essa vivência se transformou em poesia e, junto com seus irmãos Antônio Bruno e Ascendino, Ernesto compôs lindas canções, enaltecendo todo o litoral e o Vale do Ribeira. “E traduziram com maestria a simplicidade da vida caiçara, seus costumes e tradições”.

 “O “gnomo da Jureia”, conforme ele se auto intitulava, nos deixou um vasto legado musical, além de uma consciência marcante sobre a preservação ambiental”, conclui Teté.    

Uma de suas canções mais conhecidas é “Trenzinho do Litoral”, em que ele vai descrevendo as estações sobre a linha Santos-Juquiá, durante a viagem de trem no litoral até o Vale do Ribeira.

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Ernesto Zwarg e Antônio Bruno Zwarg também foram os autores da canção “Santos Poema”, que, hoje, é o hino oficial da cidade de Santos. 

Homenagem

No Museu Conceição, no pavimento superior, pode ser vista a mostra “Olhares Singulares sobre Itanhaém e região de dois amantes da natureza” que homenageia o ambientalista Ernesto Zwarg Júnior. Outro homenageado é São José de Anchieta. A exposição pode ser vista até dia 31 deste mês.

Um dos seus filhos Itamar Zwarg é o presidente de honra do Instituto Ernesto Zwarg (IEZ). O IEZ já existe há 15 anos, fundado em 11 de julho de 2010. Foi fundado em memória do ambientalista Ernesto Zwarg Júnior pelos filhos, instituidores e sócios fundadores em Itanhaém.

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Atualmente, o IEZ é uma instituição cultural não governamental e continua em atividade administrativa e jurídica, mas sem o trabalho em campo. E mantém suas redes sociais e os sites www.iez.org.br e www.iez.net.br.   

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