Itanhaém

Alterações na lei de verticalização geram preocupação em Itanhaém

O vice-presidente da AEA, o engenheiro civil Elder Poitena, explica que no ano passado, já havia sido formado um grupo de trabalho para discutir as questões

Nayara Martins

Publicado em 21/12/2020 às 08:30

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Com a pandemia da Covid-19, não foi possível se reunir com os técnicos e apresentar novas propostas / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

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A Associação dos Engenheiros e Arquitetos (AEA) de Itanhaém questiona as mudanças propostas na lei 2304/97, que trata sobre a verticalização do município. Um projeto de lei foi enviado pelo Poder Executivo à Câmara Municipal, no dia 30 de novembro, com alterações na lei, mas ainda não havia sido analisado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (Comdur).

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O vice-presidente da AEA, o engenheiro civil Elder Poitena, explica que no ano passado, já havia sido formado um grupo de trabalho para discutir as questões. Mas, com a pandemia da Covid-19, não foi possível se reunir com os técnicos e apresentar novas propostas.

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"Sabemos que é preciso atualizar a legislação da lei de Uso e Ocupação do Solo, que é do ano de 1977 e a lei da verticalização, de 1997, mas [elas] devem ser melhor discutidas", salientou o engenheiro em entrevista ao Diário do Litoral.

Na opinião do profissional, é possível aliar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental e histórica. "A cidade não é mais aquela que recebia apenas veranistas, mas é preciso ter cuidado. Itanhaém é uma cidade histórica com um patrimônio enorme a preservar, além de um patrimônio arquitetônico que também não pode ser descaracterizado", alerta.

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Um exemplo das alterações é que na orla da praia e na região central, onde hoje é permitido construções de até 10 pavimentos, haveria aumento para até 13 andares. No entorno do centro histórico não é permitido a construção de edifícios, por ser tombado pelo patrimônio histórico.

Outra alteração proposta na lei é de que entre os bairros Cibratel até o Gaivota seria permitido a construção de prédios acima de 14 pavimentos.

Mais uma mudança é de construir apartamentos com dormitórios de 4,5 metros quadrados. "Nossa preocupação é não permitir somente construções de kitnets com 30 metros quadrados, tem que haver maior aproveitamento da área".

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Ele cita ainda o exemplo de cidades como Santos e Praia Grande, onde houve um "boom da construção". "Vamos ouvir a opinião de todos os profissionais da área. Há uma grande pressão por parte dos construtores e corretores de imóveis interessados na venda de unidades com a construção de prédios", observa.

PESQUISA.
A Associação vai desenvolver uma pesquisa de opinião, de forma online, com a participação de profissionais da área da construção civil sobre alguns pontos. Entre eles estão residências sobrepostas, verticalização, condomínios horizontais de casas, entre outros.

O objetivo, segundo a engenheira e coordenadora da pesquisa Rosana Bifulco, é ouvir a opinião de empreendedores e técnicos, além de abordar as dificuldades e a celeridade dos processos no ramo da construção civil, para se obter um diagnóstico amplo nessa área.

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Outra questão urgente a ser tomada pela Administração é formar o novo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (Comdur), cujo mandato venceu em março de 2019.

"O Comdur é quem analisa todas as propostas de alteração nas leis referentes à urbanização, conforme determina o Plano Diretor, mas a medida não foi cumprida", destaca Rosana.

Conforme a engenheira, o projeto de lei não cumpriu com os requisitos legais, não abrange a lei de uso e ocupação do solo, além de ter alguns aspectos que também não foram discutidos nas audiências públicas.

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A AEA deve apresentar o formato da pesquisa à nova Administração Municipal, até o final do mês de janeiro, além de propor que o trabalho seja feito em parceria entre a prefeitura e a entidade. A previsão da Associação é que o trabalho de revisão da legislação seja concluído dentro de seis meses.

CÂMARA.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Vereadores de Itanhaém Hugo Di Lallo (Cidadania) afirma que o projeto de lei não será votado este ano, pois não há tempo hábil para ser discutido antes do próximo dia 31. O Executivo enviou o PL à Câmara no dia 30 de novembro, último dia de sessão ordinária, e o recesso iniciou dia 1º de dezembro.

"Meu posicionamento é contrário pela forma como foi apresentado o PL. Apesar de ser um assunto de importância, o documento ainda não atende às expectativas do setor". O projeto deve passar por uma análise por parte do Legislativo, além de ser discutido em audiências públicas com as entidades ligadas ao setor.

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Houve apenas uma audiência pública na Câmara, em novembro de 2019, sobre as mudanças referentes à lei de verticalização.

A reportagem do Diário do Litoral fez contato com a prefeitura de Itanhaém, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno das autoridades competentes. (Nayara Martins)

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