Itanhaém

Agricultora cultiva Plantas Alimentícias Não Convencionais em Itanhaém

Karem desenvolve o projeto "Meu Quindim" e já cultiva cerca de 100 espécies de PANC no quintal de casa

Nayara Martins

Publicado em 03/11/2025 às 06:45

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Karem cultiva várias espécies de plantas alimentícias e promove oficinas na região / Nayara Martins/DL

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Cultivar diversas espécies de plantas alimentícias no quintal de casa e colaborar com famílias em situação de insegurança alimentar. Essa é a proposta da agricultora urbana e educadora ambiental Karem Capellari Fernandes, ao cultivar Plantas Alimentícias Não Convencionais - PANC, em Itanhaém

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Especialista em PANC, ela desenvolve o projeto “Meu Quindim” e já possui cerca de 100 espécies de plantas, entre hortaliças e frutíferas. 

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Há mais de 10 anos pesquisando sobre PANC, Karem explica como surgiu a ideia de começar a cultivar as espécies.

“Sou formada em Ciências Biológicas, mas me afastei da minha área. Após muitos anos, senti vontade de ter o contato com a terra e comecei a plantar no quintal de casa. No início plantei o milho e acompanhei todo o ciclo da banananeira”, conta.

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Ela decidiu entrar em um curso técnico de Meio Ambiente, na Etec de Itanhaém. E o trabalho de conclusão do curso foi sobre a PANC, em 2014. 

No início, Karem fez contato com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater-MG para conseguir as primeiras sementes de várias espécies de plantas.

Em 2015, ela começou a cultivar as espécies, como também a fazer os testes culinários e a aceitação dos alimentos feitos com hortaliças e frutas.

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“Ao iniciar o cultivo da PANC, a ideia era resgatar as espécies usadas por antigos moradores. Ainda tive uma memória afetiva, ao lembrar da minha mãe, já falecida, que usava a capuchinha e a araruta e conhecia várias espécies”, destaca.

O engenheiro agrônomo Nuno Madeira, da Embrapa, começou um trabalho e as tratava como hortaliças tradicionais. As mais conhecidas eram bertalha, taioba, azedinha que eram cultivadas nos quintais.      

A especialista participa de um encontro anual de pesquisadores, o HortPANC – Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais. E já esteve em Campinas, no ano de 2023; em São Lourenço, no Rio Grande do Sul, em 2024. Este ano, aconteceu em Sete Lagoas (MG). 

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Meu Quindim

Karem explica como surgiu a ideia de começar a cultivar as espécies / Nayara Martins/DL
Karem explica como surgiu a ideia de começar a cultivar as espécies / Nayara Martins/DL
Nayara Martins/DL
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Karem desenvolve o projeto “Meu Quindim”, no quintal de sua casa, em Itanhaém. O nome nasceu da junção de quintal e jardim.   

A agricultora cultiva diversas espécies de hortaliças e frutíferas, como grumixama, cosmos rosa, azedinha, azedinha do brejo, bertalha, coração de bananeira, dente de leão, peixinho da horta, ora-pro-nobis da Amazônia e a dourada, taioba, capuchinha, almeirão de árvore, amaranto, hortelã gorda e alho nirá. 

E ainda a cambuci, pitanga, amora, cabeludinha (Jabuticaba amarela), araçá, fruta do sabiá, gardênia, borboleteira, lavanda, flor de Tagetes, capeba, gervão. 

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Além das ervas – cidreira (alivia a ansiedade), couvinha (usada para dores ou inflamação), erva-luíza (melhora a digestão e reduz ansiedade), salsa Mitsuba (salsa japonesa), erva doce, crajiru (anti-inflamatória e cicatrizante), entre outras.    

Podem ser usadas várias partes da planta, como folhas, caule, raiz, frutas, flores e os tubérculos, que são os caules subterrâneos e servem como reserva de nutrientes, entre eles batata, mandioca, mandioquinha, inhame, cará.

Ainda tem as espécies espontâneas, chamadas de “matos ou ervas daninhas”. Se forem colhidas em jardins ou praças, antes de consumir, o ideal é levar para casa e fazer a muda para cultivar e depois consumir.     

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“Elas estão a nossa volta e nascem em calçadas, praças ou terrenos baldios. Colho as mudas e as sementes dessas espécies e replanto no quintal, como beldroega, caruru, serralha, major Gomes e outras”, completa. 

Benefícios

Karem explica que as plantas alimentícias são ricas em nutrientes e podem ser usadas na alimentação. Elas servem para agregar aos demais alimentos, como em refogados, pães, doces, chás e sucos.

“Essas espécies podem servir às famílias que estão em situação de vulnerabilidade alimentar, porém a maior parte desconhece a importância das plantas para a saúde”, salienta.

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Para cultivar, segundo a agricultora, não é preciso ter cuidados especiais. 

“As pessoas podem começar a horta de forma misturada e com vários canteiros. As espécies são resistentes, têm as próprias defesas e não foram modificadas. Podem ser regadas uma ou duas vezes ao dia, dependendo do clima”, esclarece. 

Planos   

Karem pretende continuar com os estudos e as pesquisas para ampliar o seu conhecimento sobre PANC. E está cursando pós-graduação sobre Agricultura Urbana e Sustentabilidade Alimentar, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba.  

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Já fez palestras e oficinas em vários locais na região, como na Associação de Moradores e nas escolas do bairro Guaraú, em Peruíbe. 

Na Etec de Itanhaém, Karem está montando uma horta PANC com os alunos, fornecendo as mudas. Outra oficina aconteceu na escola 22 de Abril, em Itanhaém.

No próximo dia 16, das 10h às 13 horas, Karem vai ministrar o workshop “PANC – o saber que nasce da terra”, no espaço Ana Silva, na rua Zeferino Soares, no centro de Itanhaém. Inscrições podem ser feitas pelo contato 11 983680450.  

Interessados em conhecer o projeto “Meu Quindim” podem acessar o Instagram (@karemcapellari).

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