O empresário Silvio Luís Campilongo Camargo, que faz parte da União, fez questão de explicar a proposta / Nair Bueno/DL
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Unir a iniciativa privada ao poder público para transformar a orla da Enseada em uma área definida como 'fachada ativa', mesclando um ambiente residencial com comercial, como forma de retomar o crescimento econômico de Guarujá, fomentando a construção civil e a geração de empregos diretos e indiretos no ano todo, aos moldes da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, mas mantendo a infraestrutura urbana pública.
Essa é a ideia central da União dos Construtores de Guarujá, que será encaminhada como proposta ao Plano Diretor do Município, cujo formulário de consulta pública já está disponível no site da Prefeitura. O empresário Silvio Luís Campilongo Camargo, que faz parte da União, fez questão de explicar a proposta ao Diário do Litoral. Ele é proprietário da Campi Praia Empreendimentos Imobiliários.
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O plano é um projeto de cidade no que tange aos seus aspectos físico-territoriais, elaborado pelo Poder Executivo, sob a responsabilidade técnica de um arquiteto urbanista com a participação de uma equipe interdisciplinar, em um processo de planejamento participativo.
Em agosto, serão realizadas quatro audiências públicas para discuti-lo. Ele tem como principal diretriz aproximar emprego e moradia. O atual plano prevê o horizonte até 2029 para que seus objetivos sejam alcançados.
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Segundo Silvio Campilongo, os construtores acreditam que a construção de prédios na orla da Enseada, com estacionamentos em sobresolos com entradas pelos fundos, e restaurantes, bares e similares, lojas, academias e outros comércios, com recuos de três a cinco metros para subida e descida rápidas, tanto de clientes como equipamentos, em áreas de quatro a cinco mil metros quadrados, vão garantir não só uma retomada econômica ao Município, mas maior segurança.
"Seria uma verticalização consciente. O volume de pessoas e a segurança monitorada (inclusive realizada pelos empreendimentos), vão inibir a ação de marginais na orla e seu entorno. Existe a possibilidade, inclusive, da implantação de uma marina pública certificada no final da Enseada, que beneficiará não só as forças de segurança marítimas, como pescadores da região", adianta o empresário, que já entrou em contato com a Administração para que a proposta seja apresentada.
DEGRADAÇÃO.
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A União acredita que é preciso fazer alguma coisa antes que a orla da Enseada, que tem quase seis quilômetros de extensão, fique completamente degradada.
"É preciso promover a mobilidade urbana, envolver os cidadãos e cidadãs para criar vida diurna e noturna, conforme acontece na Europa, com fachadas ativas de circulação de pessoas e veículos, dentro dos futuros projetos imobiliários que possibilitem grandes recuos e distâncias, para não criar as conhecidas sombras que afetam as areias - erros já cometidos em Guarujá e outros municípios da região", lembra.
SEM PAREDÕES.
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O empresário lembra de condomínios-clubes, que já estão acontecendo em São Paulo (capital), que permitem prédios de até 60 andares, bem recuados e divididos, sem criar os famosos 'paredões'.
"A Enseada pode ser adensada sem cometer os erros que ocorreram nas Astúrias e Pitangueiras, e outras orlas da região, por exemplo. Com escoamento de águas pluviais, infraestrutura urbana (iluminação, saneamento básico (água e esgoto) e projetos arquitetônicos que respeitem a natureza. Os prédios terão privacidade sem perder áreas verdes a ação do sol", explica.
Os representantes da União devem participar das quatro audiências públicas que ocorrerão para discutir o plano e levarão a proposta, que está sendo desenvolvida com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos, para que as regras sejam respeitadas.
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"A mudança que estamos propondo prevê um uso e ocupação maiores para aumentar a circulação de pessoas que, por sua vez, fomentarão maior segurança. Também vamos propor incentivos para construir e gerar empregos e serviços que serão permanentes", comenta.
MIGRAÇÃO.
Silvio Campilongo Camargo alerta que a indústria da construção civil é fácil de ser analisada. "O mercado não está bom em uma região, os empresários migram para outras. A nossa ideia é uma revisão de postura para fomentar investimentos em Guarujá. Em números, podemos gerar mais de R$ 15 bilhões em valores de vendas na Enseada".
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Para ele, o mercado precisa ser mais atrativo e o momento é agora, por uma questão de sobrevivência. "Precisamos ter um plano de ocupação e segurança organizado", finaliza, acreditando que o Governo Estadual tem planos para a Baixada Santista, envolvendo um túnel e um aeroporto, e que ano que vem é ano eleitoral. (Carlos Ratton)