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Guarujá

Guarujá recebe a Exposição 'Oralidades Pretas'

Exposição Oralidades Pretas - Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana chega ao Guarujá e exibe 80 fotografias de expoentes da capoeira, da música, da dança e do ativismo negro

Da Reportagem

Publicado em 07/03/2023 às 14:46

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A exposição reúne 80 fotografias, todas em preto e branco, captadas ao longo das atividades desenvolvidas por Padinha na África / Divulgação

Com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, a exposição “Oralidades Pretas - Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana” chega ao Guarujá no dia 11 de março, sendo abrigada no Centro Esportivo Don Domênico até o dia 31 do mesmo mês. A exposição, com curadoria do professor Alexandre Soares Miranda, também conhecido como Mestre Padinha, surge após sua passagem nos últimos anos pela Africa do Sul, onde fez uma imersão nas narrativas artísticas e socioeducativas, nos processos de resgate, preservação e relações de coexistência cultural e social, na música, na literatura e nas culturas tradicionais regionais.

A exposição reúne 80 fotografias, todas em PB (preto e branco), captadas ao longo das atividades desenvolvidas por Padinha na África, numa experiência enriquecedora para suas pesquisas em Educação Étnico Racial pela FEUSP e na UFABC em parceria com a Wits (University of the Witwatersrand), de Johannesburg, em políticas públicas nas linguagens de matriz africana. Entre ações documentadas neste período estão palestras, saraus, shows, intervenções, manifestações sociais – com imagens assinadas por Júlio Alves, Daniel GTR e Joma Nigra, com Ilustrações de Melmanng Gonçalves. A mostra é dividida em quatro módulos: oralidades, resistência, capoeira e África. 

Na data de abertura do evento, às 10h, um bate papo unirá o curador, Alexandre Padinha, a Rodolfo de Oliveira Santos, mais conhecido na capoeira como professor Jabuti, representante da cidade litorânea que mantém o Centro de Treinamento da Arte Capoeira, localizado a Rua das Roseiras, na Praia do Pernambuco. Também participarão da atividade a escritora Erika Balbino e a estudante Giovanna Ferreira Miranda.

Para Padinha, idealizador da exposição, nem sempre a documentação destes patrimônios materiais e imateriais da cultura tradicional e ancestral do povo negro foi registrada de forma linear. Essas imagens fotográficas e os audiovisuais contidos na exposição exercem essa função sob a perspectiva do interculturalismo de sujeitos negros em diáspora. “Minha intenção é a manutenção dos aspectos afetivos e da memória, além de toda a bagagem que as pessoas retratadas carregam e representam para a cultura periférica”, afirma.

A mostra trabalha visualmente o ambiente dos signos das vestimentas na capoeira, no jongo, no samba de terreiro e na ciranda, com o intuito de reafirmar e reavivar processos históricos construídos a partir da oralidade e do corpo como expressão social e cultural. A iniciativa parte da perspectiva de que a cultura é lugar de expressões individuais e coletivas que ritualmente ativam gatilhos de conhecimento, autoestima e pertencimento, gerando interesse e valorização do legado que faz parte da formação estrutural da cultura brasileira, dialogando com a necessidade de afirmação quanto a presença negra como ator indispensável nestes processos. Nesse sentido, o apagamento contínuo e estrutural dificulta o reconhecimento das contribuições efetivas dessa população nos setores da ciência, arquitetura, história, cultura e educação. Essa história teve no corpo, por muito tempo, um instrumento de proteção, manutenção e infiltração de identidades e tradições que se transformaram para sobreviver, fazendo uso de negociações não lineares em um diálogo intrínseco e profundo, deixando a sua marca para que as gerações contemporâneas pudessem entender os processos e compreender que aprisionamentos não podem e não conseguem desligar narrativas circulantes. “É fundamental continuar negociando, interagindo, ativando capacidades socioemocionais que nos permitam fazer uso das artes e da cultura como lugar de fala”, conclui.

SERVIÇO:

Exposição Oralidades Pretas - Interculturalismo e Ancestralidade em Matriz Africana

De 11 a 31 de março

Local: Centro Esportivo Don Domênico

R. das Roseiras, 190 - Balneario Praia do Pernambuco, Guarujá/SP

Datas e Horários: Segunda à sexta, das 10h às 17h0

Instagram: @orbitagestaocultural @oralidadespretas

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