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Guarujá

Explosão na Piaçaguera pode virar investigação e ação judicial

Caminhoneiro morreu depois de uma carreta carregada com produtos inflamáveis pegar fogo na Rodovia Cônego Rangoni

Carlos Ratton

Publicado em 27/12/2023 às 09:08

Atualizado em 27/12/2023 às 09:09

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Caminhão-tanque tombou e causou morte e muita apreensão / Reprodução

A morte do motorista após uma carreta carregada de produtos inflamáveis pegar fogo, na altura do quilômetro 249, enquanto o veículo se deslocava pela pista oeste, na Rodovia Cônego Rangoni (Piaçaguera-Guarujá), na madrugada de sábado (23), pode iniciar uma investigação sobre a segurança do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e, futuramente, uma ação judicial caso nada seja feito para evitar novos acidentes.

A Associação Guarujá Viva (Aguaviva) contatou o Ministério Público Estadual para a solicitar a imediata abertura de Inquérito Civil para apuração dos graves fatos que foram vividos por milhares de pessoas, entre elas senhoras grávidas, idosos e crianças, em decorrência do acidente com um caminhão-tanque, que transportava perto de 48 mil litros de nafta, em direção à Guarujá, depois do acesso à Ilha Barnabé.

"Ficou evidente a falta absoluta de preparo, como treinamento de funcionários e plano de ação conjunto, entre a Polícia Rodoviária, para lidar com o problema. A inexistência de um Plano de Emergência e Gerenciamento de Crise poderia ter resultado em mais mortes na estrada", disse José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Aguaviva, que estava no local no horário do acidente.

Conforme relata, foi um verdadeiro caos. "A Ecovias e os poucos policiais rodoviários não se entendiam. As providências eram desencontradas, e não havia comunicação entre os agentes públicos trabalhando na ocorrência. Pedimos muitas vezes a liberação excepcional dos portões que separam as pistas na direção de retorno para São Paulo, para que pudéssemos desobstruir a pista em direção ao Guarujá, até mesmo para permitir o deslocamento das viaturas policiais, caminhões de bombeiro, ambulâncias, presos no gigante congestionamento, que se formava e crescia a cada segundo que passava. Ficou claro o despreparo para lidar com a crise", afirmou.

A concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes, segundo ele, demorou para entender a gravidade dos fatos e agir com cautela e inteligência. "Ela estava unicamente preocupada com o exato local do grave acidente, sem perceber o drama vivido pelos usuários do sistema por ela muito mal operado. A preocupação era garantir a cobrança do pedágio de quem dali retornasse. Isso acabou acontecendo por volta das 4h30 da madrugada. Foi um pesadelo provocado inicialmente pelo acidente e depois pela incapacidade gerencial evidente", declara.

O caminhão teria perdido o equilíbrio, tombou no trajeto e explodiu. Segundo informações, o condutor conseguiu deixar o veículo e correr por 20 metros. No entanto, as autoridades o encontraram caído com diversas queimaduras pelo corpo.

 

ECOVIAS

Procurada, a Ecovias informa que lamenta o acidente ocorrido que ocasionou a morte do motorista e os reflexos ocasionados a moradores próximos e usuários da via.

Assim que ocorreu o acidente, a Ecovias colocou em ação seu Plano de Atendimento Emergencial (PAE), que incluiu o direcionamento de diversos recursos da concessionária, como ambulâncias, guinchos, caminhão-pipa, além de equipes para sinalização da via.

A concessionária também acionou recursos externos que atuam em situações como essas - Corpo de Bombeiros, Cetesb, Sabesp, CPFL e a Defesa Civil de Santos. Foi aberto ainda um desvio, na altura do km 250, para liberar o tráfego represado.

Também foi acionado o Programa de Gestão Integrada (PGI), grupo composto por representantes da Ecovias, Artesp, pátios reguladores, Policiamento Rodoviário, Autoridade Portuária e prefeituras, para auxiliar na fluidez do tráfego no trecho.

Em relação à prevenção de acidentes, a Ecovias possui o Programa de Redução de Acidentes (PRA), que reúne, semanalmente, profissionais de diversas áreas da empresa para analisar todas as ocorrências relevantes e/ou recorrentes no SAI e propor possíveis soluções, que podem passar por melhorias de engenharia, fiscalização ou mesmo ações educativas.

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