Moradores chegaram a pular portão trancado para mergulhar na piscina mesmo após condomínio ter proibidio seu uso devido à pandemia do novo coronavírus / Reprodução
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A administração de um condomínio localizado em Guarujá precisou adotar medidas extremas e decidiu despejar os moradores de quatro apartamentos. A atitude foi tomada após os mesmos terem promovido festas com dezenas de pessoas e som alto mesmo durante o período de isolamento social imposto pelo Governo do Estado devido ao rápido avanço do número de casos do novo coronavírus.
O caso aconteceu no condomínio Golden Sun, localizado no bairro da Enseada, em Guarujá. Segundo o sindico do prédio, todos os apartamentos do empreendimento são alugados e a situação começou a se agravar em março, quando a pandemia do coronavírus já era de amplo conhecimento público e os governos já adotavam medidas de isolamento social e o fechamento quase que completo do comércio local.
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"Um deles (moradores) já tinha histórico de dar festas, fazer algumas badernas, com muita gente na piscina, mas era algo pontual, nada fora do mundo. Só que desde o começo da pandemia se juntaram quatro apartamentos e as festas começavam de manhã e iam noite adentro”, afirma.
A rotina do prédio acabou se tornando desesperadora da noite para o dia e as constantes festas começaram a incomodar os outros moradores rapidamente.
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“Lá no prédio tem três professores e alguns deles dão aula online desde 7h até 18h. Tem crianças no prédio estudando, também em aulas online, e esse pessoal não perdoava. Às vezes a festa começava 16h e ia até de madrugada”, explica o síndico.
Inicialmente, a administração do Golden Sun e outros moradores tentaram dialogar com os responsáveis pelos quatro apartamentos em questão, mas afirmam que a situação não mudou.
“Primeiro passo quando algum morador faz uma reclamação na portaria ou comigo, a gente pede para o funcionário responsável na hora para ‘interfonar’. Quando a pessoa não atende, ele vai até o apartamento explicar que o som tá incomodando, pede se é possível abaixar. Foi tentado de tudo, mandamos até notificação. Essa situação já iniciou em março, tem mais de dois meses que tudo começou”.
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Incomodados, os outros moradores do prédio ameaçaram entregar seus apartamentos para a construtora caso a situação não fosse revista o mais rapidamente possível. Cientes de que a única alternativa restante seria acionar a Justiça, o processo de despejo foi iniciado.
“Era uma barulheira sem noção, às vezes dez pessoas numa varanda pequena ouvindo música alta, cantando junto e gritando. Era uma baderna porque o pessoal bebia. Teve um dia que um dos moradores chegou a cuspir no elevador e levou multa e três tomaram multa por entrar na piscina. Eu tive que esvaziar a água da piscina porque quatro deles gritavam na varanda ‘quero ver quem vai nos impedir’, e eles iam lá e pulava na piscina”, afirma.
Apesar de nem todos os moradores terem recebido notificações, o síndico do Golden Sun afirma que todos já começaram a buscar outros imóveis e estão se preparando para se mudar em breve. A primeira ordem de despejo está marcada para a primeira semana de junho e ele diz que não espera ter algum tipo de problema.
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“Depois que entramos com o processo deu uma acalmada. Eles não acreditam no vírus, mas creio que eles deverão acatar a ordem e se mudar em breve. Tenho informação que ele já está até com corretor procurando outro apartamento. Apenas um deles irá para audiência porque o juiz entendeu que ele não descumpriu as regras porque tecnicamente o apartamento dele nunca promoveu festas”.
Apesar de o poder judiciário ter evitado aprovar despejos devido à quarentena os casos destes moradores foram considerados como um risco a saúde e à tranquilidade dos demais moradores.
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