A coleta inicial de informações aconteceu na Praia da Boracéia, em São Sebastião, onde o projeto funcionou de 27 de março a 18 de maio / Divulgação/Governo de SP
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A relação entre esporte e qualidade de vida sempre foi muito próxima. Quando bem orientada, a prática de atividade física pode impactar diretamente na produção dos chamados “hormônios da felicidade”, a serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina, responsáveis pela sensação de bem-estar.
Essa conexão foi evidenciada em um estudo do programa Surf Para Todos, realizado pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo em parceria com a Associação Brasileira da Indústria dos Esportes com Pranchas (Abiep).
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Além das aulas práticas e teóricas, o programa visa criar um banco de dados que registre o real impacto do surfe na saúde mental dos praticantes. A coleta inicial de informações aconteceu na Praia da Boracéia, em São Sebastião, onde o projeto funcionou de 27 de março a 18 de maio.
Na primeira etapa da pesquisa, 401 pessoas de diversas idades foram entrevistadas. Os dados mostraram que 62,6% relataram um nível moderado de bem-estar após as aulas, enquanto 27,2% descreveram um alto nível de bem-estar.
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As entrevistas foram realizadas presencialmente, após as aulas, com supervisão de um psicólogo e também de forma online.
Segundo Higo Paraíso, pesquisador, personal trainer, professor de pós-graduação e surfista nas horas vagas, a prática de esportes em ambientes naturais é uma forte aliada no enfrentamento de transtornos psiquiátricos.
Higo é natural de Recife e foi premiado no X International Mindfulness Congress pelo trabalho “Mindfulness-based Surf Therapy: study protocol”, que propõe uma nova abordagem para a saúde mental ao unir surfe e mindfulness.
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Ele afirma que o exercício em meio à natureza pode promover estados emocionais mais positivos, maior consciência emocional e reduzir sintomas de depressão e ansiedade.
O surfe, por ser uma atividade prazerosa, se destaca entre outras modalidades e está alinhado às diretrizes de práticas clínicas que valorizam as preferências do paciente como fator fundamental para o bem-estar mental a longo prazo
O projeto Surf Para Todos oferece aulas gratuitas de surfe para públicos diversos, incluindo pessoas com deficiência.
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Na etapa de Boracéia, 2.729 alunos participaram, e o estudo revelou que 63,5% desse grupo frequentou pelo menos oito aulas. Além disso, 30,8% levaram familiares para acompanhar as atividades.
Higo acredita que a popularidade crescente do surfe recreativo também se deve ao seu reconhecimento como esporte olímpico e ao sucesso do Brasil no surfe profissional.
Desde 2014, o país consagrou quatro campeões mundiais (Gabriel Medina, Filipe Toledo, Ítalo Ferreira e Adriano de Souza) e conquistou três medalhas olímpicas (ouro de Ítalo Ferreira em Tóquio-2020 e as medalhas de prata e bronze de Tatiana Weston-Webb e Gabriel Medina em Paris-2024).
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As aulas em Juquehy acontecem de quinta a domingo, das 9h às 17h, com duração de 45 minutos a 1 hora, entre os dias 29 de maio e 20 de julho.
O conteúdo inclui parte teórica (materiais, regras de segurança e aquecimento) e prática (movimentos e entrada na água em busca das ondas). Interessados a partir de 6 anos podem se inscrever pelo site oficial do projeto ou presencialmente no local.