04 de Outubro de 2024 • 06:17
Neymar perdeu uma boa chance de gol / Associated Press
Em uma partida de pouca relevância para o futuro da seleção, o Brasil empatou em 0 a 0 com a Bolívia nesta quinta (5), em La Paz. Já classificado e com a primeira posição nas eliminatórias sul-americanas garantida, o Brasil não tinha muito a ganhar em campo. Mas havia o risco de contusão e aconteceu com Thiago Silva. Com lesão na coxa direita, o zagueiro foi substituído por Marquinhos depois de 28 minutos.
Com o empate, o Brasil não pode mais ter a melhor campanha da história das eliminatórias, mas continua invicto com Tite. Desde a contratação do treinador, em 11 jogos do torneio, a equipe teve nove vitórias e dois empates. A média de aproveitamento é de 87,8%.
Nas eliminatórias para a Copa de 2002, a Argentina fez 43 pontos. O Brasil pode chegar a 41.
É difícil imaginar que o Brasil vai enfrentar um adversário tecnicamente tão frágil no Mundial da Rússia. Com certeza não jogará em altitude parecida dos 3.640 metros da capital boliviana. Ou vai atuar em um gramado tão ruim quanto o do estádio Hernando Siles.
A estratégia da Bolívia, penúltima colocada e já eliminada, foi a mesma que Tite e todos os jogadores esperavam. Lançamentos em velocidade e chutes de fora da área. Aproveitar a altitude de La Paz e o ar rarefeito para achar os gols.
Foi assim que os bolivianos acabaram com a invencibilidade brasileira em eliminatórias em 1993, quando tinham a geração do meia Marco Etcheverry e do atacante Edwin Sanchez. Foi assim que quase abriram o placar no último lance do primeiro tempo, em arremate do lateral Diego Bejarano que acertou o travessão.
Foi o único lance de perigo da Bolívia. O Brasil dominou o jogo. Em um ataque em que Neymar saiu com a bola de frente para o goleiro, duas vezes os zagueiros evitaram o gol quase em cima da linha. Gabriel Jesus, se tivesse mais capricho na finalização, teria aberto do placar.
O atacante do Manchester City (ING), não faz um gol pela seleção desde o confronto com o Peru, em novembro do ano passado.
O Brasil usou a mesma fórmula boliviana de chutar de longe. Poderia ter marcado dessa forma antes do intervalo, não fosse a defesa de Lampe -o melhor jogador da partida- em tentativa de fora da área de Neymar.
O goleiro boliviano estava tão bem no jogo que começou o segundo tempo evitando que Paulinho abrisse o placar em um desvio de cruzamento no primeiro minuto.
Sem pressão
Neymar ganhava todas as jogadas, aberto pela esquerda e sem ser marcado de forma rígida pelos adversários. Criava chances, mas não tinha precisão nas conclusões ou o passe final.
E quando acertava, o goleiro Lampe aparecia para consolidar seu nome como o melhor em campo. No segundo tempo, foram três grandes defesas do jogador do Huachipato (CHI).
Com o passar do tempo, os comandados de Tite também começaram a dar espaços. Mas o meio-campo da Bolívia não mostrava categoria para aproveitar. Os laterais brasileiros não encontravam dificuldades defensivas porque o rival pouco usava os lados do campo.
Tite tentou dar mais fôlego e velocidade nas pontas ao colocar Willian na vaga de Philippe Coutinho, mas a alteração não modificou os rumos da partida.
Marcelo Moreno, boliviano criado no Brasil, pouco acionado, mesmo em bolas aéreas, era uma peça decorativa. Mais reclamou da arbitragem do que tocou na bola.
Com o empate, o Brasil não pode mais ter a melhor campanha da história das eliminatórias, mas continua invicto com Tite. Desde a contratação do treinador, em 11 jogos do torneio, a equipe teve nove vitórias e dois empates. A média de aproveitamento é de 87,8%.
Na terça (10), a seleção joga pela última rodada, contra o Chile, no Allianz Parque, em São Paulo. A CBF confirmou que o Brasil fará amistoso contra a Inglaterra no próximo dia 14, em Wembley.
Cotidiano
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