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Esportes

Santos suspende contrato com Robinho

Reportagem que trouxe detalhes da condenação do atleta por estupro na Itália levaram clube a repensar contratação

LG Rodrigues

Publicado em 16/10/2020 às 19:23

Atualizado em 16/10/2020 às 19:36

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Diretoria e conselho chegaram a consenso e atacante não permanecerá no clube / Ivan Storti/Santos FC

Robinho não é mais atleta do Santos Futebol Clube. O atacante e o time decidiram suspender o contrato entre o jogador e a equipe após pressão de conselheiros, patrocinadores e torcedores depois de reportagem veiculada por inúmeros veículos de comunicação terem trazido à tona detalhes sobre ligações telefônicas feitas pelo jogador nas quais ele admitia que o crime havia sido cometido.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Robinho afirma que tanto ele quanto o presidente Orlando Rollo decidiram juntos pelo fim do vínculo entre atleta e clube. O jogador diz, ainda, que irá provar que é inocente das acusações feitas pela justiça italiana.

"Com muita tristeza no coração falo para vocês que tomei a decisão junto ao presidente da suspensão do meu contrato nesse momento conturbado da minha vida e meu objeivo sempre foi ajudar o Santos Futebol Clube e se to atrapalhando de alguma maneira é melhor que eu saia. Para os torcedores do Peixão e as pessoas que gostam de mim com certeza eu vou provar para vocês aminha inocência. Um abraço".

Confira abaixo a nota emitida pelo clube sobre a decisão:

"O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália."

CRIME.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça italiana, tidas como fundamentais para a condenação em primeira instância de Robinho, 36, por violência sexual de grupo, em 2017, foram reveladas nesta sexta-feira (16) pelo site globoesporte.com (GE).

Em novembro de 2017, o Tribunal de Milão julgou como procedente a acusação do Ministério Público italiano de que Robinho participou, com outros cinco homens, de violência sexual coletiva contra uma albanesa de 23 anos em uma discoteca de Milão. O episódio ocorreu em janeiro de 2013, quando ele tinha 28 anos e jogava no Milan.

Ainda segundo o Ministério Público, o grupo teria embebedado a jovem, que teria ficado inconsciente e sido levada para a chapelaria do estabelecimento, onde teria sido violentada múltiplas vezes. A defesa do jogador, à época, afirmou que não existem provas de que a relação foi sem consentimento.

A acusação foi baseada no depoimento da vítima e em conversas telefônicas interceptadas do grupo de amigos, com comentários jocosos sobre o ocorrido.

No primeiro julgamento, ele e o amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão, além de pagamento de indenização de 60 mil euros -os outros foram considerados incontactáveis, e o processo foi suspenso para eles.

As interceptações foram iniciadas em janeiro de 2014, em telefones grampeados e escutas instaladas em carro usado por Robinho. As conversas entre Robinho e Falco reveladas pelo GE foram consideradas prova de que eles sabiam da condição da vítima.

De acordo com uma das transcrições, Robinho foi avisado da investigação pelo músico Jairo Chagas, que tocou na boate na mesma noite de 2013, e afirmou: "Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu".

"Olha, os caras estão na merda... Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi (nome de amigo), e os outros foderam ela, eles vão ter problemas, não eu... Lembro que os caras que pegaram ela foram (nome de amigo) e (nome de amigo) [...] Eram cinco em cima dela", completou.

Numa outra conversa com o músico, este pergunta a Robinho se ele não transou com a mulher. O jogador nega, e Chagas diz: "Eu te vi quando colocava o pênis dentro da boca dela". Robinho responde que "isso não significa transar".

Ainda de acordo com a reportagem do GE, a sentença mostra que, numa conversa entre Robinho e Falco, este último destaca que a "nossa salvação" era o fato de que o momento em que eles estavam com a jovem não fora flagrado por câmeras.

No seu depoimento à Justiça, a mulher afirma que não tinha condições de falar ou de ficar em pé naquela noite e aponta Robinho com um dos envolvidos na violência.

*Com informações de Folhapress

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