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Pressão psicológica explica choro de jogadores brasileiros, diz especialista

Doutor em psicologia do desenvolvimento, Aurélio Melo, disse que existe uma pressão psicológica muito forte sobre os atletas que leva ao choro durante o jogo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 02/07/2014 às 18:09

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O choro de alguns jogadores da seleção brasileira na partida pelas oitavas de final contra o Chile, no último dia 28, levantou dúvidas entre os torcedores sobre a preparação emocional do time para enfrentar as próximas e decisivas etapas desta Copa do Mundo.

O doutor em psicologia do desenvolvimento e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Aurélio Melo, disse que existe uma pressão psicológica muito forte sobre os atletas que leva ao choro durante o jogo. Como a Copa ocorre no Brasil pela segunda vez (a primeira foi em 1950), há uma expectativa imensa do povo,  que coloca sobre os ombros dos jogadores uma responsabilidade muito grande.

“É diferente, por exemplo,  da Colômbia,  que está jogando, está feliz, está alegre, mas ninguém esperava. Ela vem se superando”.  No caso brasileiro, acontece o contrário, segundo o especialista: “O Brasil está jogando em casa, tem cinco campeonatos, tem que ganhar. Essa é uma situação psicologicamente adversa para o indivíduo, de maior dificuldade”, disse.

Segundo Melo, se apenas um jogador tivesse se emocionado no jogo contra o Chile, isso poderia ser atribuído a uma característica de personalidade. Mas como foram muitos atletas a chorar ou demonstrar sofrimento diante da pressão, a reação pode ser considerada “uma circunstância coletiva e não apenas ligada a características de personalidade”.

Felipão consola Neymar após partida contra o Chile. Psicólogo diz que choro é reação à pressão sobre os jogadores (Foto: Vipcomm)

O especialista disse que, no caso do goleiro Julio Cesar,  apontado com responsável pela desclassificação do Brasil na última Copa, a emoção era esperada, porque, com a vitória sobre o Chile nos pênaltis, respondeu à cobrança de anos atrás. “Ele tinha uma necessidade de provar, digamos, a inocência depois de quatro anos e a situação aumentou esse teste”.

Para melhorar o desempenho emocional nos próximos confrontos na Copa, Melo sugere que os jogadores corram mais, joguem mais. “Nada de se lamentar, se vitimizar ou se responsabilizar. Você tem que agir. O corpo é a grande razão, ele não mente. A alegria é um sentimento que potencializa o indivíduo”.

O psicólogo reiterou que esse é o processo que ocorre com a seleção da Colômbia. “Eles estão no lucro, não têm medo de perder porque não há cobrança. Estão confiantes”.

A torcida também pode ajudar o time brasileiro a seguir em frente, segundo Melo, reduzindo o grau de cobrança e sem levar a disputa tão a sério, porque o esporte não é uma coisa de “vida ou morte”, na avaliação do especialista.

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