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Por recusar regularização de sócios, Santos pode ser multado em R$ 9 milhões

O clube foi denunciado e notificado pelo Procon por não aceitar pagamentos em dinheiro de associados que desejam regularizar pendências para votar na eleição que definirá o futuro do dirigente, no próximo sábado (29).

Folhapress

Publicado em 23/09/2018 às 13:01

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Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro. / Facebook/Santos F.C.

O Santos pode levar multa milionária em meio ao processo de impeachment do presidente José Carlos Peres. O clube foi denunciado e notificado pelo Procon por não aceitar pagamentos em dinheiro de associados que desejam regularizar pendências para votar na eleição que definirá o futuro do dirigente, no próximo sábado (29). 

A medida acentua ainda mais a guerra política instaurada no clube. Se comprovada a conduta, o valor da multa pode chegar a até R$ 9 milhões.

"Recebemos uma série de denúncias na sexta-feira (21) e, no sábado (22) , comprovamos isso pessoalmente.
 
Conversamos com representantes do clube e eles fizeram contato com o jurídico, mas disseram que não mudariam a conduta. Eles foram notificados, aguardaremos para apresentarem as justificativas", disse Rafael Quaresma à Folha, diretor do Procon em Santos.

A assessoria do presidente confirmou a notificação do Procon e a medida adotada pelo clube alegando que "a melhor forma para manter a idoneidade da votação é evitar o pagamento em dinheiro". O Santos, agora, tem até o próximo dia 28 para justificar os motivos da ação. 

"Eles [do clube] precisam comparecer ao Procon e comprovar que receberam pagamentos em dinheiro nos dias 21 e 22", explicou Quaresma.

A queda de braço entre Peres e seus opositores tem se acentuado às vésperas da definição do futuro do dirigente, que terá um desfecho em assembleia aberta aos associados.

O clube pode ter desrespeitado o Código de Defesa do Consumidor. A multa leva em consideração o número de pessoas atingidas, a gravidade e o porte econômico do infrator, iniciando em R$ 700, mas podendo chegar a R$ 9 milhões.

Na sexta, Peres registrou boletim de ocorrência em uma delegacia na cidade. Oficialmente, o clube informou que "movimentos estranhos foram percebidos no cadastro de sócios" para dar "possibilidade de votos a pessoas que não a tinham". A lista, segundo o Santos, contém mais de "500 nomes em condições suspeitas" e que, por isso, pediu pela abertura de inquérito policial para apurar a prática de estelionato e falsidade ideológica.

"Estão tirando o direito de voto para o inadimplente que não tem cartão, que não tem crédito na praça. Por isso o cara não vota? Expliquei a eles que não é uma eleição Peres contra Rollo, mas contra ou a favor o impedimento do presidente", disse o secretário da mesa diretiva do Conselho do clube, Daniel Pereira Alves.

O presidente José Carlos Peres não poupou críticas públicas direcionadas a Orlando Rollo, vice-presidente. Na ocasião, Peres disse sofrer "boicote diário" e que a eleição do impeachment era uma disputa pessoal com o antigo aliado. Além disso, baixou portaria determinando que nenhuma orientação de Rollo seja seguida sem que fosse aprovada pela presidência.

Para a votação, o Conselho Deliberativo elaborou um esquema reforçado de segurança, semelhante ao utilizado pelo clube em grandes jogos, que contará com 60 funcionários do clube, além da contratação de uma empresa de segurança e do apoio da Polícia Militar.

Sem urnas em São Paulo, onde Peres foi o candidato mais votado na última eleição, clube disponibilizará ônibus gratuitamente para os associados da capital.

Procurado pela reportagem, o advogado do clube, Rodrigo Gama, disse desconhecer a orientação para não receber pagamentos em dinheiro, enquanto o advogado pessoal do presidente, Luciano Tadeu Telles, não atendeu as ligações da reportagem.

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