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A polêmica saída de Cícero do Santos ainda gera incômodo no clube. Após liberar o jogador em negociação junto ao Fluminense na última quarta-feira, o presidente Odílio Rodrigues convocou a imprensa na Vila Belmiro para esclarecer a história, do ponto de vista do Peixe.
Odílio garante não ter qualquer tipo de rancor com o ex-camisa 8, mas não deixou de demonstrar sua insatisfação de como as negociações foram conduzidas e pediu respeito ao clube.
“O Santos entendeu que deveria prevalecer a sua posição dentro de um contrato legítimo e isso trouxe descontentamento ao jogador e, posteriormente, o atleta demonstrou vontade de sair, pois tinha propostas de clubes de fora pagando aquilo que não queríamos. Fizemos uma condição e recebemos”, disse o presidente, sem falar sobre os valores que envolveram o negócio. “Normalmente não falamos de valores da negociação, então o Fluminense fez a proposta, o Comitê se reuniu, entendeu que a proposta era adequada e fechamos o negócio. Normalmente não falamos de valores, fica a critério do clube e do empresário, mas o Santos, por norma, não fala”.
A multa rescisória de Cícero, que tinha contrato com o Santos até o fim do ano, era de 6 milhões de euros, sendo que o clube detinha 50% dos direitos do jogador. No entanto, Odílio explicou que a liberação foi feita através de uma negociação entre Santos e Fluminense, sem que necessidade de pagamento da multa.
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“Na cabeça dele (Cícero), ele estava bem, fez gols, era craque e precisava ser valorizado. O Santos entendia que tinha que se respeitar o contrato e nada mais. O que fica de lição é para os atletas que fazem os contratos, a consciência. Não fica nenhuma mágoa, raiva, mas o Santos tem que ser respeitado, tem 102 anos, é maior que todos nós e o Comitê entendeu que para segurar um atleta insatisfeito teria que ser uma atitude com o fígado, não com a cabeça, então, permitimos a sua saída e que vá ser feliz em algum outro clube”, falou Odílio.
A negociação com Cícero vem desde 2013. O jogador gostaria de receber uma valorização e queria ter seu contrato estendido. Para isso, o empresário Eduardo Uram passou a pressionar o clube.
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“Tínhamos contrato de empréstimo pagando para ele, pois pertence a Tombense. Ano passado, quando recebemos uma visita do Uram dizendo que o Inter tinha interesse no Cícero, recusamos, pois o jogador vivia uma fase muito boa. A partir daí, o Uram disse que eles tinham oferecido um salário maior, demos um aumento e entendemos que o jogador tinha contrato. Passado um tempo, o Uram falou em outro aumento de salário, achamos abusivo, e não concordamos com esse aumento”, explicou o mandatário, deixando claro que a relação do clube com o empresário ficou arranhada após a situação. “Nessa negociação com o Uram, além de pleitear o aumento salarial, o Uram ainda queria que o Santos comprasse um percentual do Cícero. O Santos também não teve interesse e a partir daí as partes não se sentiram atendidas no que desejavam”.
Para finalizar, Odílio Rodrigues cutucou mais uma vez a atitude de Cícero ao pressionar sua saída e cobrou o Bom Senso FC, movimento que defende causas dos jogadores profissionais do Brasil.
“Fica a lição, não ficam mágoas, marcas, esse é o mundo do futebol, mas é importante que se respeitem contratos, que o jogador quando faz o contrato, que o cumpra. Esse é um aprendizado que o futebol brasileiro tem que fazer. Acho bonita a postura do Bom Senso, mas já que é para todos acertarem as suas partes, deveria ter no Bom Senso a condição do jogador cumprir o seu contrato”.
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