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Rafael Nadal e Novak Djokovic honraram, nesta sexta-feira (7), o rótulo de "final antecipada" de Roland Garros. Em mais uma partida histórica, de quatro horas e 37 minutos, válida pela semifinal, falou mais alto a incrível capacidade do espanhol de chegar em praticamente todas as bolas. Aproveitando ainda 75 erros não forçados do rival, Nadal venceu por 3 sets a 2 - parciais de 4/6, 6/3, 1/6, 7/6 (7/3) e 9/7.
O jogo desta sexta foi o primeiro entre Nadal e Djokovic que não valeu títulos em quatro anos no circuito - as exceções foram dois jogos em ATP Finals, que tem outro formato. A última vez que os dois haviam se enfrentado em uma semifinal fora em Masters 1000 de Paris de 2009. Nesse meio tempo, um jogo ainda mais memorável do que o desta sexta. Na final de do Aberto da Austrália de 2012, vencida por Djokovic, eles jogaram por quase seis horas.
Com a vitória desta sexta, Nadal se classificou para a sua oitava final de Roland Garros, na qual irá buscar o seu oitavo título. Se conseguir o feito, vai se igualar ao francês Max Decugis, único tenista que venceu oito vezes ali, ainda na era amadora, entre 1903 e 1914.
Recuperado de problemas no joelho, o espanhol segue irresistível desde a sua volta. Até agora na temporada foram oito torneios disputados (Roland Garros é o nono), com seis títulos e dois vice-campeonatos. Só o argentino Horacio Zeballos, na final de Viña del Mar (Chile), e Djokovic, em Montecarlo, venceram Nadal em 2013. Na final de Roland Garros, ele vai enfrentar o compatriota David Ferrer, que bateu o francês Jo-Wilfried Tsonga por 3 sets a 0 - com parciais de 6/1, 7/6 (7/3) e 6/3, em 2 hora e 4 minutos de partida.
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Já Djokovic vê mais uma vez frustrada a sua tentativa de fechar o Grand Slam. Desde que Nadal surgiu, em 2005, só Federer conseguiu quebrar a hegemonia do espanhol Roland Garros. O sérvio segue como freguês de Nadal. Já são 20 derrotas, contra 15 vitórias.
O jogo
A partida começou bastante equilibrada, com os dois tenistas respondendo bem aos serviços adversários e criando dificuldades para o rival confirmar o saque. Só no sétimo game, porém, é que surgiu o primeiro break point e Nadal não desperdiçou, fazendo 4 a 3. Depois, foi só confirmar seu serviço duas vezes para vencer por 6 a 4.
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O segundo set também começou disputado, com Djokovic conseguindo quebrar Nadal logo na primeira chance, no quinto game. O espanhol respondeu em seguida, mas foi o sérvio quem venceu o set, pontuando quando o rival sacava no oitavo game. Nadal voltou ao jogo no terceiro set. Acertando 57% dos seus saques no primeiro serviço, ele não deu chances ao rival, abrindo logo 5 a 0. O sérvio não conseguiu reagir e viu o set terminar em 6 a 1.
Djokovic errava demais. Nos três primeiros sets, somou 38 erros não forçados, contra apenas 20 do espanhol. Por isso, no quarto set tentou reduzir a quantidade de pontos dados ao rival. Conseguiu e manteve o jogo igual até o 10.º game. Mas aí voltou a errar. Primeiro, subiu à rede e mandou uma bola fácil no meio dela. Em seguida, quando Nadal tinha o break point, devolveu para fora.
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Mas o sérvio não se entregou. Atrás no placar, trocou bolas com Nadal no 11.º game e confiou no erro do rival, que veio em 30 a 30. No ponto seguinte, o espanhol levantou demais a bola e facilitou o winner de Djokovic, que levou o set para o tie-break Nele, o sérvio mostrou novamente toda sua técnica, foi praticamente perfeito e não deu chances ao espanhol, levando o jogo para o quinto set.
Com os dois jogadores cansados, o último set foi repleto de reviravoltas. Djokovic começou melhor, quebrando Nadal, que só devolveu quando corria sério risco de perder a partida, no oitavo game. O sérvio quase entregou o jogo em seguida em um lance bobo. Subiu à rede para finalizar um rali em que o rival já estava batido, mas acabou escorregando demais, bateu na rede, e entregou o ponto.
Djokovic resistiu ao break point, defendeu seu saque e viu o jogo seguir por mais seis games sem quebra. A partida só acabou decidida em um misto da garra de Nadal e do cansaço do sérvio, que errou diversas bolas fáceis. Para fechar o set em 9/7, o espanhol contou com três erros do rival e um winner incrível, quebrando sem dificuldades o serviço de Djokovic pela oitava vez no jogo após 4 horas e 37 minutos.
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FERRER NA FINAL - David Ferrer acabou com o sonho da torcida francesa de um ver um representante da casa na grande final de Roland Garros. Com estes resultados, os espanhóis voltam a dominar uma final em Paris após 11 anos. O Grand Slam francês não tinha uma decisão somente com espanhóis desde 2002, quando Albert Costa venceu Juan Carlos Ferrero. Ao todo será a quarta final protagonizada apenas por tenistas daqueles país.
Ferrer, de 31 anos, chegou à sua primeira final de um torneio de Grand Slam ao se impor em quadra, diante do número 8 do mundo, desde o início da partida. Mais regular em todos os fundamentos, o espanhol dominava as bolas do fundo de quadra e cedia pouca espaço para as investidas do francês na rede.
Tsonga só conseguiu ameaçar o jogo do espanhol no segundo set, quando faturou duas quebras de saque. Como Ferrer também obteve duas quebras, o duelo foi definido no tie-break, com superioridade do espanhol. Mas foi só o que o francês conseguiu apresentar diante da empolgada torcida local.
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Tsonga, que mostrou nervosismo no início, acabou sucumbindo no terceiro set, em razão das seguidas falhas. Ao todo, foram 56 erros não forçados, contra apenas 21 de Ferrer. Com a derrota, o francês perdeu a chance de se tornar o primeiro tenista da casa a disputar uma final desde Henri Leconte em 1988.