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PROTESTOS

Jogadoras protestam contra retorno de treinador acusado de assédio ao Santos

Kleiton Lima havia deixado o cargo em setembro de 2023, após ser acusado de assédio sexual e moral por 19 jogadoras; Santos recontratou profissional nesta terça

Leonardo Sandre

Publicado em 13/04/2024 às 20:10

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Jogadoras do Corinthians protestam contra retorno de Kleiton Lima ao futebol feminino / Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians

O início da quinta rodada do Brasileirão feminino, ocorreu nesta sexta-feira (12) e foi marcado por manifestações relacionadas ao retorno do técnico Kleiton Lima ao comando do Santos.

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Ele havia colocado o cargo à disposição em setembro do ano passado, após denúncias de assédio sexual e moral relatadas por 19 diferentes jogadoras do elenco em cartas anônimas, mas foi reapresentado no clube na terça-feira (9).

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O Santos, por meio de seu coordenador de futebol, afirmou que acreditam na versão do treinador, que alega inocência.

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Palmeiras e Avaí Kindermann

Em Palmeiras e Avaí Kindermann, que terminou 4 a 0 para o time alviverde, as atletas de ambas as equipes colocaram a mão sobre a boca durante a execução do hino nacional, em um gesto de silenciamento relacionado às denúncias.

Na foto oficial da partida, com o mesmo gesto, os times se juntaram e as jogadoras que vestem a camisa 19 ficaram de costas, em alusão ao número de acusações apresentadas.

Corinthians contra Santos

O time feminino do Corinthians também protestou. As jogadoras repetiram o sinal de silenciamento durante o hino antes de partida disputada contra o próprio Santos, na Vila Belmiro, também na sexta. O jogo marcou a reestreia do treinador da equipe feminina do Santos e terminou 3 a 1 para o Timão.

O primeiro gol da equipe corintiana foi marcado logo no início do jogo, por Vic Albuquerque. Na comemoração com as atletas novamente com a mão sobre a boca e algumas com o punho cerrado levantado.

O gol de empate santista foi marcado por Ketlen, que foi até o banco de reservas e deu um abraço no técnico Kleiton Lima.
Questionada, durante o intervalo do jogo, sobre o motivo de ter dado um abraço no treinador e o protesto das adversárias, Ketlen falou apenas sobre a importância de ter marcado seu primeiro gol no campeonato.

"Sempre pedia para a comissão técnica trabalhar bastante finalização, porque sei da minha responsabilidade", respondeu ela, que é a maior artilheira da história das Sereias da Vila com 193 gols.

Vic Albuquerque, do Corinthians, também falou sobre o protesto no início do jogo. "Muitas vezes não somos ouvidas, então por isso a mão na boca. Queremos entregar segurança para as mulheres no trabalho e em casa, contra abusos mental e sexual."

Apoio em coletiva de apresentação

Na coletiva de imprensa para a apresentação de Kleiton Lima, ele contou com a participação do coordenador de futebol do Santos, Alexandre Gallo, e pela coordenadora de futebol feminino, Thaís Picarte, que assumiu o cargo no início deste ano. Ambos reforçaram a confiança sobre a postura de Lima, que sempre negou as acusações.

De acordo com Alexandre Gallo, uma sindicância interna foi aberta logo após o recebimento das denúncias, e uma investigação que contou com apoio da Polícia Civil concluiu que o conteúdo das denúncias não foi comprovado.

"Chegamos a um consenso que nada ocorreu como foi colocado nas cartas", afirmou Gallo. "A gente fica bastante tranquilo em relação a isso, sobre seu caráter, conduta e família. O Santos está feliz que você está de volta com a gente", disse o coordenador, direcionando-se ao técnico readmitido.

"Bom estar aqui de volta representando este grande clube no qual eu tenho uma vida de serviços prestados em diversas categorias e uma identidade muito grande com o futebol feminino. Em relação ao ocorrido ano passado, quero deixar de maneira bem clara e transparente que eu não cometi nenhum tipo de assédio", afirmou Kleiton Lima.

Denunciantes reforçam acusações

Jogadoras que pertenciam ao elenco na época das denúncias afirmaram ao programa Globo Esporte, sem se identificar, sobre as declarações durante a apresentação do técnico.

"O que falam sobre ter tido uma apuração é mentira", disse uma delas. "Sabe quem que ele [Alexandre Gallo] ouviu? O Kleiton Lima. Esse cara ele ouviu, mas nós, não", acrescentou outra jogadora, que relatou ter sido assediada pelo treinador dentro de um ônibus a caminho de uma partida.

"Na hora que saiu, ele se esfregou em mim, no meu ombro, eu senti. Passou três, quatro bancos e olhou com aquele olhar maligno dele. Tipo: 'Eu fiz e você vai fazer o quê?'", contou.

Pelas redes sociais, a equipe feminina do Cruzeiro também se manifestou por meio de um vídeo em que aparecem jogadoras e membros da comissão técnica. "Até quando com preconceito, assédio, abuso e violência? A tentativa de silenciamento não me representa", diz o texto do vídeo.

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