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Convocados para conceder entrevista juntos, nesta terça-feira, os três goleiros da Seleção Brasileira foram bem políticos ao falar da titularidade garantida de um deles na Copa do Mundo, Júlio César. Mas, depois de Jefferson e Victor reconhecerem a condição de meros desafiantes, o próprio dono da posição deixou a disputa em aberto.
"Sendo bem sincero, não me sinto titular, apesar de ter toda a confiança do Felipão, da comissão técnica. Estou ao lado de dois grandíssimos goleiros, que têm totais condições de vestir a camisa da Seleção", disse Júlio César, que acompanhou atentamente a entrevista dos dois colegas e foi o último a falar com a imprensa.
Os outros dois goleiros não concordam com Júlio César, embora tenham dito isso antes dele, sem saber o que falaria depois o homem de confiança do treinador, que defendeu o inexpressivo Toronto (do Canadá) nesta temporada. Primeiro a responder perguntas, o botafoguense Jefferson seguiu o que Felipão já tinha falado antes mesmo da convocação.
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"Não tem que ser hipócrita, hoje o goleiro da Seleção é o Júlio, a gente sabe disso, por tudo o que ele já fez pela Seleção", falou. "A gente vai suar, ralar o máximo, vai treinar para mostrar que tem condição de ser titular, mas tem que ter respeito por tudo o que o Júlio representa. O Felipão nunca escondeu (que Júlio César será o titular), mas, independentemente disso, podem ter certeza de que o Brasil está bem servido de goleiro".
O atleticano Victor, que ganhou a disputa particular com Diego Cavalieri (do Fluminense) na convocação final, acompanhou o tom do discurso de Jefferson, sem se colocar tão abaixo do escolhido por Felipão. "Quando há disputa saudável, com respeito e companheirismo, o nível técnico se eleva, um puxa o nível do outro para cima. Quem está em cima, não pode dar brecha. Elevando o nível técnico, quem tem a ganhar com isso é a Seleção, que vai ter um grande goleiro", opinou.
Apesar de todo esse cuidado para, lado a lado, não entrarem em conflito, Júlio César aceitou parte do favoritismo para assumir a posição. "Saio na frente, é óbvio, pelo fato de ter ganhado a Copa das Confederações, de ter pego pênalti na semifinal, de ter sido o melhor goleiro da competição. Mas um ano se passou. É uma coisa completamente diferente, aquilo faz parte do passado", concluiu - com ressalvas bem sinceras, segundo ele.
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