Esportes

Estádio do Corinthians apresenta falhas em sua fachada e infiltrações

Placas de granito pretas, que compõe a parede do setor onde ficam as bilheterias, o acesso à loja de materiais esportivos e à academia, estão se descolando e podem cair

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/04/2019 às 19:22

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O Corinthians reconheceu a existência do problema no local e disse que já está tomando as medidas necessárias / Agência Corinthians

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Por Folhapress

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Palco da final do Campeonato Paulista entre Corinthians e São Paulo, neste domingo (21), o estádio do time alvinegro, em Itaquera, apresenta falhas em sua fachada externa, do lado oeste. Placas de granito pretas, que compõe a parede do setor onde ficam as bilheterias, o acesso à loja de materiais esportivos e à academia, estão se descolando e podem cair.

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Em dias de jogos, o local onde as falhas foram encontradas costuma ter a circulação de pessoas com acesso às arquibancadas oeste superior, inferior central, inferior lateral e inferior corner.

O problema foi relatado à Folha de S.Paulo por torcedores que frequentam a arena. A reportagem esteve no local acompanhada do diretor do Instituto de Engenharia e especialista em perícias, Marco Antônio Gullo, que constatou o risco de queda no revestimento.

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"É possível afirmar que parte do acabamento está comprometida. Foi observado o descolamento de algumas placas em granito, sem ocorrer o destacamento", apontou o engenheiro. "O risco à segurança dos visitantes deve ser considerado, especialmente pelo elevado peso e pela altura do revestimento."

Gullo aponta, ainda, as possíveis causas para o surgimento das falhas. "Deficiência na capacidade de aderência do sistema de fixação, no caso aparentemente em argamassa". Ele diz também que a instalação "pode ter sido executado com material inadequado ou com mão de obra desqualificada para o tipo de serviço."

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Corinthians reconheceu a existência do problema no local e disse que já está tomando as medidas necessárias para corrigi-lo.

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"O clube está ciente e os problemas estão dentro do cronograma de manutenção da arena. O setor de manutenção predial já está tomando as devidas providências e executando os reparos", diz o clube.

Durante a visita ao local, a reportagem constatou, ainda, pontos com infiltrações no teto do corredor externo, onde também não há a presença de um corrimão central em uma rampa com mais de três metros de largura, assim como a ausência de pisos táteis.

"Dispositivos exigidos por força de lei que facilitariam o acesso por deficientes visuais à loja e aos demais estabelecimentos", explica Marco Antônio Gullo, que afirmou que o desprendimento desse tipo de placa não é muito raro.

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"Dizer que é comum seria exagero, contudo nossa experiência mostra que não é muito raro", disse.
Apesar do risco de desprendimento, ele afirma que não acredita ser necessária a interdição do estádio para a manutenção do local.

"Nas condições em que foram constatadas, as manutenções podem ser executadas isolando os trechos em obra", disse.

O estádio do Corinthians foi inaugurado em maio de 2014, com a partida entre Corinthians e Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro. O duelo foi realizado 25 dias antes de o local receber o jogo de abertura da Copa do Mundo, entre Brasil e Croácia.

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Em 2019, a arena vai completar cinco anos desde sua inauguração. Em maio, expira o período de garantia obrigatória da obra, previsto no artigo 118 do Código Civil. A construção do estádio foi executada pela Odebrecht.
Ainda de acordo com a assessoria do Corinthians, o clube precisou acionar a construtora para fazer reparos em outras áreas do estádio.

"A Odebrecht já foi acionada para alguns casos e, nesta semana, já está realizando alguns reparos na Arena Corinthians, como nas escadas e estruturas metálicas das fachadas", diz a assessoria. "Neste mês será iniciada a reforma das escadas norte e sul", acrescenta.

Localizado no bairro de Itaquera, na zona leste da capital paulista, o estádio do Corinthians tem custo estimado superior a R$ 1 bilhão.

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A dívida pela construção é divida em duas partes. O Corinthians tem o financiamento da obra feito junto ao BNDES e repassado pela Caixa Econômica Federal e um débito com a própria construtora do estádio.

Em fevereiro, a Folha de S.Paulo mostrou que até o início deste ano o clube havia pago R$ 125 milhões ao banco estatal e ainda devia mais R$ 425 milhões. Além da Caixa, o Corinthians deve à Odebrecht um valor estimado em R$ 800 milhões.

A diretoria corintiana, no entanto, contesta este montante e negocia com a empresa o abatimento de partes da obra que não teriam sido executadas.

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