Esportes

Em jogo com socos, Verdão vira após levar 2 a 0 e vence 6ª seguida

Três pontos comemorados intensamente pelos quase 17 mil presentes na fria tarde deste sábado no Pacaembu

Publicado em 18/08/2013 às 07:41

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O jogo deste sábado parecia só um compromisso despretensioso antes da estreia do Palmeiras na Copa do Brasil, na quarta-feira. Mas virou uma guerra e um exemplo de superação do líder da Série B do Brasileiro. Após estar perdendo por 2 a 0 e ter Wesley expulso em troca de socos com atletas do Paysandu, o Verdão conseguiu a virada com gol de Leandro aos 49 do segundo tempo e atingiu a sexta vitória seguida.

Três pontos comemorados intensamente pelos quase 17 mil presentes na fria tarde deste sábado no Pacaembu. Uma recuperação heroica após o Paysandu se aproveitar da sonolenta atuação dos anfitriões. Os paraenses, que perderam todas como visitante, fizeram 2 a 0 com Pablo, aos 14 minutos do primeiro tempo, e Yago Pikachu, aos 21 do segundo tempo.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Leandro não se conteve de alegria com o gol que decretou a virada alviverde no Pacaembu (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Aos 28 da etapa final, Alan Kardec diminuiu e, três minutos depois, uma troca de socos envolvendo até reservas gerou as expulsões de Wesley e do zagueiro Fábio Sanches, do Paysandu. Aos 39, Mendieta empatou. E o jogo ainda teve chute do goleiro Marcelo em Alan Kardec e outra troca de agressões envolvendo, principalmente, Leandro. O atacante, porém, se destacou com gol aos 49 minutos.

Após a tensa partida, o Verdão atinge 40 pontos, ainda na liderança da segunda divisão nacional, e volta ao Pacaembu na quarta-feira para enfrentar o Atlético-PR, às 19h30 (de Brasília) pela Copa do Brasil. Já o Paysandu segue na zona de rebaixamento e joga no próximo sábado, recebendo o Icasa às 21 horas.

O jogo

Sem Valdivia, Vinicius e Léo Gago, machucados, e Ananias, suspenso, Gilson Kleina mandou os melhores jogadores que tinha à disposição com uma ordem clara: não encarar o Paysandu com base em sua campanha na Série B do Brasileiro – a terceira pior do torneio, sem nenhum ponto somado como visitante. Mas não foi atendido em campo.

Do outro lado, o técnico Arturzinho considerava natural a motivação de qualquer um de seus comandados por estar enfrentando o clube com mais títulos nacionais da história do futebol brasileiro. E ele sim foi atendido, mesmo pelo goleiro Marcelo, com quem se desentendeu e chegou a cogitar como reserva no Pacaembu.

Os paraenses até adaptaram seu estilo de jogo. Ficaram quatro minutos com a marcação adiantada, aproximando defensores e atacantes, e depois passaram a ter os 11 jogadores atrás do meio-campo logo após um chute perigoso de Charles. Limitar-se aos contra-ataques não era uma vergonha para o time nortista.

O Palmeiras que pareceu acreditar só na tabela de classificação, com uma confiança exagerada a ponto de se tornar desconcentração. Assim, uma série de passes errados facilitava o trabalho da multidão que o Paysandu colocou da sua intermediária defensiva para trás. Wesley, Leandro e Charles até se movimentavam intensamente, mas não tinham a ajuda de Mendieta e Alan Kardec, discretos, e o time não criava nada.

Entre tantos erros de todos os jogadores do Palmeiras em campo, o espaço na defesa era previsível. Apareceu primeiro com Djalma passando nas costas de Juninho e tocando para Vanderson bater com perigo. Mas o pior ainda estava por vir, para festa dos barulhentos torcedores do Papão no Pacaembu.

No minuto seguinte, aos 14, Luis Felipe perdeu a bola no ataque e não acompanhou o lateral esquerdo Pablo, que foi acompanhando a troca de passes de seus companheiros até aparecer como centroavante na área e tocar com classe por cima de Fernando Prass. Os jogadores do Verdão se olhavam como se tivessem constatado que seu técnico dizia a verdade em relação à qualidade de um dos piores times da Série B.

Mas a equipe acordou quando o Paysandu já tinha o que queria, inclusive gerando nervosismo nos anfitriões. Leandro, por exemplo, pareceu cansar de buscar Mendieta e Alan Kardec, ambos escondidos atrás de seus marcadores, e tentou inúteis sequências de dribles. Bravo, ainda levou cartão por acertar o rosto de um adversário com a mão. Os jogadores do clube visitante sorriam com o que tinham conseguido.

Entre passes errados e lançamentos ineficientes, só jogadas isoladas faziam a torcida levantar, como chutes de Juninho e Luis Felipe rente às traves e arrancada individual de Vilson com direito a drible com a bola entre as pernas de um de seus marcadores, mas que parou na zaga adversária.

O Paysandu, por sua vez, soube aproveitar as costas de Luis Felipe para jogar fora de seu campo e levou susto realmente em contra-ataque que Mendieta puxou deixando Leandro livre na pequena área, aos 40 minutos, mas o atacante abriu mão de rolar para Alan Kardec e chutou nas mãos de Marcelo. Assim como Charles, aos 46, aproveitando sequência de divididas de Mendieta na pequena área e consagrando o goleiro adversário em seu arremate.

Consciente da falta de criatividade na etapa inicial, Gilson Kleina abriu mão do volante Charles para dar dinâmica com a entrada do meia Felipe Menezes e ainda foi obrigado a trocar Vilson, com dor muscular, por Tiago Alves. E nem adiantou o Paysandu trocar o pesado centroavante Marcelo Nicácio pelo meia-atacante Tallys no intervalo: o Verdão passava a dominar o meio-campo.

Com a movimentação de Felipe Menezes, o Verdão trocou passes e foi abrindo a retranca do Paysandu, a ponto de Alan Kardec, enfim, aparecer na partida com dois chutes perigosos. O próprio Felipe Menezes teve grande oportunidade aos 12 recebendo passe de Juninho na área e batendo rente ao gol.

Mas o Verdão desenvolveu seu ataque esquecendo-se da sua defesa. E deu chance para mais um lateral adversário virar herói. Aos 21 minutos, Yago Pikachu apareceu completamente livre na grande área e mostrou a qualidade que já fez o Palmeiras querer contratá-lo encobrindo Fernando Prass com um leve toque, ampliando a vitória paraense.

Já na saída de bola, o Palmeiras abriu de vez seu jogo trocando o volante Márcio Araújo, vaiado, pelo meia-atacante Ronny. O revoltado torcedor palmeirense ainda teve que ouvir a torcida do Paysandu pedir “mais um”, mesmo só com o veterano Iarley no ataque. Parecia demais mesmo para quem vestia alviverde em campo.

Aos 28 minutos, Luis Felipe se recuperou da falha do primeiro gol da tarde. O lateral direito dominou lançamento de Henrique na ponta direita, ajeitou para a canhota e também ressuscitou Alan Kardec na partida, colocando a bola no rosto do centroavante, e de lá ela balançou as redes paraenses.

O gol, porém, foi insuficiente para conter o nervosismo palmeirense. O que foi provado aos 31 minutos. Wesley sofreu falta dura de Vanderson, que se desentendeu com Mendieta e desencadeou uma confusão que teve Wesley trocando socos com adversário. A confusão ainda contou com uma corrida de Marcelo para pegar a bola antes de Ronny, fazer cera e se jogar no chão, tirando até Fernando Prass do sério.

A consequência do episódio tenso da partida foram as expulsões de Wesley e Fábio Sanches, zagueiro do Paysandu. E a recuperação de mais um jogador que estava mal no jogo. Aos 39 minutos, Mendieta chutou de longe, de primeira, e venceu o displicente Marcelo, empatando o jogo e garantindo a invencibilidade palmeirense.

Nem adiantou o goleiro chutar a barriga de Alan Kardec. Saiu do Pacaembu ouvindo “Uh, é Série C” e “timinho” e acusando Leandro de agressão a Ricardo Capanema, em mais um episódio de troca de socos na partida.

Leandro, porém, foi exemplo mesmo de recuperação de uma má atuação. Aos 49 minutos, aproveitou bate-rebate na área para jogar a bola nas redes e, em um dos últimos lances da partida, assegurar a maior sequência de vitórias do Palmeiras na temporada. Para intensa alegria e festa alviverde no Pacaembu.

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software