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Cristiano Ronaldo diz que família está chocada e com raiva após acusação de estupro

No fim de setembro, a norte-americana Kathryn Mayorga afirmou à revista alemã Der Spiegel ter sido violentada por ele em 2009

Folhapress

Publicado em 30/10/2018 às 17:40

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Cristiano Ronaldo disse que a 'a verdade virá à tona' / Associated Press

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O atacante português Cristiano Ronaldo, 33, disse que a acusação de ter estuprado uma mulher em 2009 nos Estados Unidos, que voltou à tona em setembro, é incômoda e interfere em sua vida, mas que "a verdade virá à tona".

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As declarações fazem parte da primeira grande entrevista dada pelo jogador desde que trocou o Real Madrid pela Juventus, em julho deste ano. A conversa está na edição da revista France Football que chegou nesta terça-feira (30) às bancas.

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No fim de setembro, a norte-americana Kathryn Mayorga afirmou à revista alemã Der Spiegel ter sido violentada por Ronaldo em 2009, em um quarto de hotel de Las Vegas. A publicação já havia tratado do caso em 2018, mas a suposta vítima não falara naquela ocasião porque havia assinado um acordo de confidencialidade com os advogados do atleta em 2010.

Ela resolveu se pronunciar ao ver a repercussão do movimento Me Too, que estimulou vítimas de assédio e abuso sexual célebres e anônimas a relatar episódios de agressão.

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Na entrevista à France Football, Ronaldo diz que, após a divulgação das declarações de Mayorga, deu explicações para sua atual companheira. Sua mãe e suas irmãs, nas palavras dele, estão "chocadas e, ao mesmo tempo, com muita raiva" -a primeira estaria também inconsolável.

"Sei quem sou e o que fiz", afirma. "As pessoas que me criticam ou que me expõem hoje, que fazem da minha vida um circo, elas vão ver... veremos se elas vão colocar meu nome na primeira página dos jornais para dizer que sou inocente."

O português também comenta sua recente transferência para a Juventus, depois de quase uma década no Real Madrid.

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"Sentia, dentro do clube, sobretudo da parte do presidente [Florentino Pérez], que não gostavam mais de mim como no começo. Nos quatro ou cinco primeiros anos, tinha a sensação de ser Cristiano Ronaldo. Depois, menos. O presidente me encarava com um olhar que não queria mais dizer muita coisa, como se eu não fosse mais indispensável."

E completa: "Ele me queria lá, mas, ao mesmo tempo, deixava claro que minha saída não representaria um problema. [...] Via nossa relação apenas pelo lado dos negócios".

Conhecido pela vaidade, Ronaldo afirma ainda: "Se não me sinto apoiado, benquisto, desejado, prefiro mudar [de clube], seja qual for minha idade ou patamar salarial. [...] Se minha transferência tivesse sido motivada por dinheiro, teria ido jogar na China, onde ganharia cinco vezes mais do que aqui [na Juventus] ou no Real Madrid".

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Ele fala também das diferenças de estilo de jogo entre os campeonatos espanhol e italiano. "A maior é no aspecto defensivo. Aqui [na Itália], eles defendem melhor, há menos espaços", diz o jogador, que espera obter pela sexta vez a Bola de Ouro, famoso título de melhor do mundo dado pela revista francesa -o vencedor dentre os 30 finalistas sai em 3 de dezembro.

Ronaldo afirma merecer a distinção mais uma vez, mesmo reconhecendo que o páreo contra franceses campeões do mundo como Griezmann e Mbappé será duro (há ao todo sete "Bleus" na relação).

"Mas quero só ver se todos esses jogadores ainda estarão no auge de suas formas daqui a dez anos, como Messi e eu conseguimos nos manter. Sempre ali, no pódio, por mais de uma década."

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