Brasil faz dobradinha com ouro e prata na maratona aquática

Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha conquistaram um resultado histórico para o Brasil nesta terça-feira, ao ganharem as medalhas de ouro e prata, respectivamente, na prova de 10km da maratona aquática do Mundial de Esportes Aquáticos, em Barcelona. Assim, as duas nadadoras protagonizaram uma dobradinha inédita para o esporte brasileiro na competição.

As duas já haviam obtidos medalhas nesta edição do Mundial, durante a prova de 5km da maratona aquática, realizada no último sábado, quando Poliana ficou com a prata e Ana Marcela levou o bronze - a norte-americana Haley Anderson ganhou o ouro. Na ocasião, elas já haviam feito história, pois o Brasil nunca havia conquistado duas medalhas numa mesma disputa na competição

Nesta terça-feira, as duas brasileiras foram dominantes e brigaram pelo ouro até o final da prova. Poliana garantiu a vitória ao fechar a maratona em 1h58min19s2, enquanto Ana Marcela chegou apenas três décimos de segundo atrás da sua compatriota. Já a terceira colocação ficou com a nadadora alemã Angela Maurer, bronze com o tempo de 1h58min20s2.

Antes de assegurar a dobradinha histórica para o Brasil, Poliana e Ana Marcela começaram a prova desta terça-feira já em ritmo forte e desde o início se posicionaram no pelotão de nadadoras que brigavam pelas primeiras posições. E, na reta final da disputa, as brasileiras começaram a abrir vantagem sobre as demais, até completarem a distância na frente.

"Estou muito emocionada, eu busquei muito essa medalha. Já tinha conseguido a prova nos 5 quilômetros, mas a de 10 quilômetros é muito mais difícil, é uma prova olímpica. Valeu muito a pena", comemorou Poliana, chorando muito logo após o fim da prova desta terça-feira.

Poliana também lembrou que as decepções vividas no ano passado, principalmente a desistência da maratona aquática de 10km dos Jogos Olímpicos de Londres, após sofrer com hipotermia durante a prova, quase provocaram a sua aposentadoria. Agora, ela reconhece que esta medalha de ouro é uma verdadeira redenção para a sua carreira.

"Foi horrível o que aconteceu lá (em Londres), mas vale muito a pena quando a gente consegue o objetivo, vale muito a pena cada esforço. Cair na água fria, a gente se esforça, é muito suor, está valendo muito a pena", disse Poliana. "Tenho que agradecer muito aos meus patrocinadores, ao Minas Tênis Clube. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) acreditou muito no meu trabalho e me apoiou mesmo depois de um ano ruim para mim, então tenho que agradecer todo mundo que está me ajudando "

"Estou muito feliz, acho que cada lágrima da Poli representa tudo que a gente tem feito. Ela não nadou tão bem a Olimpíada, mas deu a volta por cima. Mostra que o Brasil está fazendo um trabalho muito bom. Chegar hoje aqui com a medalha de prata é muito bom", comemorou Ana Marcela. "Cada lágrima dela e minha é o sacrifício que a gente tem. Na prova dos 5km saí mais de boa, não sabia como seria a prova antes de ganhar o bronze, e agora caí na prova de 10km confiando muito mais em mim. Não tem o que falar, o Brasil está na ponta hoje, nós somos os melhores."