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Educação

Organização cria miniflorestas em escolas públicas com apoio da prefeitura de São Paulo

A entidade formigas-de-embaúba realiza o plantio participativo de Mata Atlântica com estudantes, além de oferecer formação on-line a professores para projetos de educação ambiental

Da Reportagem

Publicado em 07/12/2021 às 15:26

Atualizado em 07/12/2021 às 15:56

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Os trabalhos da ONG envolvem a formação de professores e também o plantio das miniflorestas pelos realizado pela comunidade escolar / Divulgação

A organização sem fins lucrativos formigas-de-embaúba acabou de assinar um novo acordo com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Com base nessa parceria, a entidade poderá levar seus programas de educação ambiental às escolas públicas de toda a rede municipal da capital paulista, que conta com quase 5 mil escolas e mais de 1 milhão de estudantes.

Os trabalhos da organização são realizados por meio de duas frentes: através de um programa de formação on-line de professoras e professores para que desenvolvam projetos de educação ambiental crítica em suas escolas, que já atendeu em 2021 mais de 300 participantes das redes públicas municipais das cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Ribeirão Pires e Diadema, e a frente presencial, que envolve atividades diretamente relacionadas ao plantio das miniflorestas, processo realizado pela comunidade escolar e por estudantes de 2 a 14 anos, por meio de um percurso pedagógico que dura um semestre.

Neste ano, o programa de plantio está sendo implementado em quatro Centros Educacionais Unificados (CEUs) na zona sul da cidade de São Paulo. Estão sendo atendidas cerca de 1.500 crianças e adolescentes, com o plantio de mais de 2.000 mudas de aproximadamente 130 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica da região, sendo que cada minifloresta tem cerca de 500 m². Os alunos e a comunidade são envolvidos em todas as etapas do processo, que abrangem o estudo e preparação do solo, o plantio e os cuidados com as plantas. Essas miniflorestas tornam-se salas de aula ao ar livre, criam corredores de biodiversidade, absorvem carbono e diminuem a temperatura nas regiões onde estão localizadas, aumentando o bem-estar das pessoas e de outros seres vivos de todo o entorno.

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"Através da pedagogia de projetos levamos a restauração ecológica para dentro das escolas, de forma que as comunidades escolares se sensibilizem e atuem no enfrentamento das mudanças do clima e conservação e regeneração da biodiversidade", contextualiza Rafael Ribeiro, mestrando em Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP) e cofundador da formigas-de-embaúba. "É preciso cultivar desde cedo nas crianças os princípios de sensibilidade à terra, responsabilidade ecológica e incentivar os envolvidos a se compreenderem como parte da natureza e não à parte dela", completa a educadora ambiental Gabriela Arakaki, que criou a organização juntamente com Rafael. Atualmente, os dois coordenam a entidade em parceria com Sheila Ceccon, que também é educadora ambiental.

Por conta de seus esforços para conscientização e reflorestamento, no ano passado a formigas-de-embaúba foi selecionada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) como uma das 10 organizações da sociedade civil para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU no Brasil, além de ter sido reconhecida pelo Governo do Estado de São Paulo como "Entidade Ambientalista".

"Os sistemas educacionais do mundo todo têm sido provocados a assumir sua responsabilidade frente à necessidade de formação de cidadãos com uma nova postura em relação à natureza, com valores e atitudes diferentes daqueles que levaram o planeta à situação atual de intenso desequilíbrio ambiental", explica Rafael Ribeiro. "Através dos nossos programas, os educandos fazem-se cidadãos ativos e conseguem conectar essa intervenção comunitária local com problemáticas socioambientais globais, inspirando as pessoas a agirem e darem pequenos passos em direção às ações coletivas e transformadoras", conclui.

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