É o terceiro ano seguido em que mais da metade das vagas oferecidas na modalidade presencial ficam ociosas / Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A taxa de vagas não preenchidas no ensino superior brasileiro voltou a crescer em 2018 e chegou a 55,7% após de um leve recuo em 2017 (51,5%). É o terceiro ano seguido em que mais da metade das vagas oferecidas na modalidade presencial ficam ociosas.
É possível afirmar, portanto, que durante os anos de FIES farto, bem como uma concessão de crédito indiscriminada, as instituições de ensino superior viram uma queda na ociosidade ao mesmo tempo que expandiram a oferta de vagas, na expectativa de atenderem a um volume cada vez maior de alunos.
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Onde sobram vagas
A ociosidade concentra-se nas instituições de ensino privadas, cuja característica é manter uma taxa natural de ociosidade, que deve girar em torno de 25% das vagas oferecidas. Tal número permite ajustar-se à demanda de cada curso, absorvendo novos interessados e gerenciando as vagas excedentes, porém, como fica absolutamente claro, as instituições de ensino privadas têm operado com índices de ociosidade muito maiores, alcançando 61,2% de vagas não preenchidas.
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Ao avaliar a evolução do número de ingressantes e da abertura de vagas por categoria administrativa nos anos 2014 e 2018, a quantidade de vagas novas oferecidas cresceu 12,6% enquanto a matrícula de alunos ingressantes no sistema caiu 15,8%. Porém, o recuo no total de ingressantes se concentra justamente em instituições privadas, afetando com maior intensidade as instituições de ensino superior (IES) sem fins lucrativos.
“É interessante esse movimento das instituições privadas com fins lucrativos, que contraria o bom senso. Certamente essas IES estarão mais bem preparadas para quando a demanda voltar forte”, afirma Pedro Balerine, Diretor de Inteligência Educacional da plataforma Quero Bolsa.
Ociosidade por curso
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Entre os cursos, Medicina continua como o menos ocioso, fechando 2018 com quase 100% das vagas preenchidas. Estatística e Biotecnologia também aparecem com poucas vagas não preenchidas. Já entre os mais ociosos, houve apenas uma mudança no ranking: saiu Petróleo e Gás (primeiro colocado em 2017) e entrou Comunicação Social (quarto mais ocioso). Segurança no Trabalho, segundo colocado em 2017 agora está no topo da lista com 93,4% de vagas não preenchidas.