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Educação

FGV afirma que Decotelli não foi professor da instituição

A Fundação Getulio Vargas informou nesta terça-feira (30) que o novo ministro da Educação não foi pesquisador ou professor da instituição

Da Reportagem

Publicado em 30/06/2020 às 13:30

Atualizado em 30/06/2020 às 16:21

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Incoerências no currículo de Carlos Alberto Decotelli foram reveladas nos últimos dias / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira (30) que o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli não foi pesquisador ou professor da instituição. Em nota, a FGV diz que Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. "Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação", completa o texto.

A situação é comum na instituição em cursos com esse perfil, professores são chamados como pessoa jurídica e atuam apenas em cursos específicos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ficou irritado ao saber de mais uma incoerência no currículo do indicado, que já teve doutorado e pós-doutorado questionados por universidades estrangeiras e é acusado de plágio no mestrado. A intenção do governo é a de que ele faça uma carta de demissão, enquanto procura nomes para substituí-lo.

De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, Decotelli já perdeu o apoio do grupo militar que o indicou ao governo.

Nesta segunda-feira (29), o presidente chamou Decotelli para uma conversa e postou nas redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para desmoralizá-lo. Mas deu um recado: "O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco." E não indicou que haveria posse, anteriormente marcada para esta terça. Decotelli saiu da reunião dizendo que era o ministro da Educação.

Segundo fontes, no entanto, o fato de Decotelli ser contestado agora por uma instituição do País o fragilizou. Na semana passada, ele foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que ele não conclui o doutorado. Nesta segunda, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também afirmou que ele não fez pós-doutorado na instituição. Decotelli mudou seu currículo na plataforma Lattes depois dos questionamentos.

Bolsonaro deve reavaliar alguns dos indicados que ele já se encontrou na semana passada, como Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.

Também esteve com o presidente o ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas, também indicado pelo mesmo grupo militar. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, também esteve com o presidente e depois foi avisado por ele que não tinha sido escolhido para o cargo. A preocupação dos militares e de educadores é que integrantes ligados a Olavo de Carvalho agora tenham argumentos para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant'ana, ex-assessor especial de Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. O nome de Ilona Becskehazy, que é a atual secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendida por grupos considerados ideológicos.

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