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Economia

Sem feijão preto em estoque, Brasil terá de recorrer a ‘hermanos’ para manter tradição da feijoada

Os exportadores argentinos já estão cientes do fim dos estoques no Brasil e têm segurado o feijão preto colhido entre junho e julho a fim de valorizar ainda mais o produto

Nilson Regalado

Publicado em 20/10/2017 às 13:01

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Os estoques de feijão preto no Brasil estão esgotados / Divulgação

Pelas próximas semanas a tradicional feijoada brasileira terá ‘tempero’ e sotaque hermano. Com os estoques de feijão preto esgotados no Brasil, o País está tendo de recorrer a grãos importados da Argentina para evitar o colapso no abastecimento do ingrediente básico para o mais tradicional prato da culinária tupiniquim.

Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), os exportadores argentinos já estão cientes do fim dos estoques no Brasil e têm segurado o feijão preto colhido entre junho e julho a fim de valorizar ainda mais o produto. Como os grandes fazendeiros vizinhos também têm vendido com boas margens outras commodities agrícolas exportáveis eles estão capitalizados neste momento. Portanto, não há pressa em atender os importadores brasileiros.

Assim, segundo o Ibrafe, ao serem procurados, os exportadores argentinos têm começado “a pedir valores acima dos praticados 30 dias atrás”. Ainda segundo o órgão que reúne a cadeia produtiva do feijão, “durante a semana passada, diversos negócios ocorreram entre US$ 720/750 por tonelada”.

Esse custo crescente, somado ao frete para o transporte do grão, mais os custos de empacotamento e os impostos de importação, podem, portanto, tornar a feijoada um pouco mais salgada nas próximas ­semanas.

Com a opção crescente dos grandes fazendeiros brasileiros pela soja e pelo milho exportáveis em dólar, em detrimento do feijão vendido em real, o Brasil tem se tornado importador de feijão preto nos últimos anos.

E outro importante fornecedor deste grão tem sido a China.

A tendência é que os estoques brasileiros do ­preto só voltem a se recompor a partir do meio do verão 2018.

Já o feijão carioca deve seguir a curva de preços baixos pelo menos até o final de ­novembro.

ISSO PODE AFETAR TEU BOLSO...
As regras impostas pela PEC do Teto de Gastos do governo elevou a taxa de juros para o crédito rural ao maior patamar dos últimos anos. Com isso, segundo consultores, está mais barato para o produtor financiar o plantio da próxima safra nos bancos privados do que em bancos públicos.

...AÍ NA CIDADE!
Em um ano atípico como 2017, com clima perfeito para a agropecuária, isso não causa impacto no preço dos alimentos nem provoca inadimplência em massa no campo. Mas, se as condições climáticas mudarem...

A CALVÍCIE, A VELHICE E A GORDURA
Pesquisa científica conduzida no Instituto de Química da USP concluiu que uma dieta com menos gordura pode fazer crescer cabelo. E que a redução no consumo de calorias também retarda o envelhecimento da pele. O estudo foi feito durante seis meses com camundongos e publicado em setembro na revista Cell Reports.

TRANSGÊNICOS
Indicado ao Oscar de melhor documentário em 2009 por ‘The Garden’, o diretor norte-americano Scott Hamilton Kennedy desafia conceitos agora em relação aos alimentos transgênicos com ‘Food Evolution’. O documentário estreou em junho nos EUA e será exibido pela primeira no Brasil na próxima segunda-feira, em Porto Alegre.

GLOBALIZAÇÃO NA MANGA
A colheita da manga já terminou em Minas Gerais, importante fornecedor interno da fruta. A safra também chegou ao fim no México, forte exportador para os EUA. Resultado: a manga tommy sofreu reajuste de 46% em apenas uma semana no Vale do Rio São Francisco, maior produtor da fruta no País.

OFERTAS NA FEIRA
Acerola, mamões formosa e papaya, jabuticaba, lima da pérsia, maçã gala, goiaba branca, abobrinhas italiana e brasileira, pepino, cenoura, mandioca, alface crespa, rúcula, espinafre, rabanete, chicória, batata asterix, alho chinês e cebola nacional fecham a semana com preços em baixa na Ceagesp.

 

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