A fabricante prevê impacto de US$ 40 milhões no segundo semestre e de US$ 90 milhões por ano / Reprodução/Redes Sociais
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As ações da Crocs despencaram 29,2% nesta quinta-feira (7) depois que a fabricante divulgou projeções de vendas abaixo das expectativas do mercado. A empresa estima queda entre 9% e 11% na receita do terceiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior, contrariando previsões de leve alta. O resultado levou os papéis ao menor patamar em quase três anos e representou a maior baixa diária desde outubro de 2011.
O CEO Andrew Rees atribuiu o cenário à cautela dos consumidores norte-americanos diante de preços elevados e possíveis aumentos futuros. “Eles enfrentam aumentos de preços atuais e futuros implícitos, o que acreditamos ter potencial para ser um fator adicional de desaceleração”, afirmou.
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A Crocs disse estar cortando custos e reduzindo descontos, medida que, segundo a própria companhia, pode impactar as vendas. Tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também pressionam a operação. A fabricante prevê impacto de US$ 40 milhões no segundo semestre e de US$ 90 milhões por ano, considerando os atuais fornecedores.
O setor enfrenta ainda juros altos, inflação persistente, incertezas comerciais e um mercado de trabalho mais fraco, fatores que têm afetado o consumo nos Estados Unidos. Rees destacou que a redução no tráfego de clientes nas lojas atinge especialmente o atacado e os outlets, que atendem consumidores de menor renda.
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O executivo reconheceu que mudanças de gosto do público também representam desafio. A tendência dos chamados “calçados feios”, que impulsionou a Crocs nos últimos anos, perde força, enquanto cresce a demanda por calçados esportivos. Segundo Rees, grandes eventos como a Copa do Mundo de 2026 e as Olimpíadas de 2028 devem favorecer marcas como Nike e Adidas.
No segundo trimestre, a Crocs registrou prejuízo líquido de US$ 492,3 milhões, impactado por baixas contábeis superiores a US$ 700 milhões relacionadas à compra da marca Heydude por US$ 2,5 bilhões. A receita, no entanto, subiu 3,4% na comparação anual, para US$ 1 bilhão, com alta nos mercados internacionais compensando a queda na América do Norte.
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